De: Mauricio Rocha Silva Lemos Para: Loja Maçônica Alpha e Ômega
Meus queridos e valorosos irmãos, Há muito tempo que não tenho a oportunidade de me dirigir a vocês dentro de nosso templo, sobre nosso pavimento mosaico. Não pensem que foi por não me importar, ou por ter encontrado outros afazeres que me deixassem distantes dos desígnios de nossa Ordem. A explicação é muito mais simples. Trata-se do decurso de tempo necessário para que eu assimilasse todas as mudanças que vivi nos últimos 2 anos, ainda mais por ser um mineirinho do interior em uma selva de pedras. Gostaria de me dirigir a vocês para relatar-lhes descobertas e considerações sob as quais tenho refletido ultimamente. São Paulo é uma cidade incrível, onde tudo é mega, tão mega que nosso componente humano se torna insignificante. Já me cansei de andar de metrô e constatar que cada uma das pessoas olha para um ponto fixo diferente dentro do vagão que sai a chacoalhar de uma estação a a onde uma voz metalizada, sem vida, informa o nome do destino seguinte. Não existe interação, não existe troca apenas a passagem do tempo de um local a outro onde milhões de estranhos sequer se entreolham. Dizem que a cidade é cara, na verdade ela é para todos os bolsos pois a grande São Paulo conta com 22 milhões de vidas. O que a cidade faz é te assaltar, a cada instante. E ela não lhe rouba apenas dinheiro, ela lhe rouba algo muito mais valioso, seu tempo. São horas perdidas em trajetos intermináveis por um trânsito caótico, inescrupuloso.
São minutos que se esvaem ao aguardar em filas de restaurantes para almoçar, em estacionamentos, em ligações para atendimento junto ao setor público e até para pegar um elevador. Aqui você encontra o território dos intelectuais. Todos são politizados, têm opiniões fortes sobre quaisquer assuntos, principalmente a política. Me impressionava, quando das minhas passagens em visita pela cidade como os taxistas se mostravam atualizados politicamente. Hoje percebo que essa é a única forma dessas almas não enlouquecerem frente a tão sofrida profissão. Para sobreviverem a horas de espera no trânsito eles alimentam suas mentes, lendo periódicos como o METRO um jornal em formato de revista onde nenhuma notícia tem mais de uma página e que permite a qualquer um estar informado sobre o que tem acontecido no mundo, principalmente em São Paulo. É o conhecimento da “folha corrida”da notícia dos 15 minutos que por ser tão pequeno como instrumento de informação, acaba sendo lido inúmeras vezes e decorado pelos taxistas para espanto dos seus d esavisados passageiros. São Paulo é a terra dos gostos requintados. É tão comum o dueto “Rúcula com Tomate Seco” quanto o nosso “queijo minas com goiabada”, mas isso não é refinamento, erudição. Trata-‐se de um mercado consumidor de 22 milhões de pessoas, onde a saída para que o comerciante sobreviva está em atender a pluralidade de gostos, em procurar um nicho específico de atuação para não falir e sabemos como o ser humano, principalmente o brasileiro, pode ser criativo. Assim, desde cedo os pequenos paulistanos se acostumam com os pedidos extravagantes de seus pais, ávidos por se diferenciarem em meio a tamanha população, afinal de contas, ninguém quer ser um número nas estatísticas, concordam? Não me arrependo da decisão de vir para essa cidade, afinal de contas ela lhe abre os horizontes forçando-o a ser flexível e lidar com adversidades. Durante esses quase dois anos já viajei mais e convivi com culturas diferentes do que meu tempo de Uberlândia, v i o Norte da América, a Europa e regiões do pais que desconhecia. Outro fator de destaque é que a escolha de vir para cá, e trazer minha família não é definitiva, é contextual e pode ser mudada. Vencer os laços que me prendiam a Uberlândia é que foi difícil, retornar a minha “casa”é bem mais fácil. Nunca fui muito presente em nossas sessões, meu trabalho em Uberlândia por vezes me impediu de ser mais assíduo. Atualmente se voltasse a loja dificilmente perderia um encontro, aprendi a viver cada momento em seu tempo, a estar completamente dedicado a cada iniciativa pelo tempo em que ela dura, em resumo a saborear o tempo, que é o nosso bem mais precioso e que ao contrario do que pensava nos melhora cada vez que temos menos dele a nos servir.
Que o S.’.A.’.D.´.U.’. lhes concedam saúde, paz e toda felicidade que seus corações puderem suportar. Aproveitem o tempo em Loja, vocês não imaginam como me fazem falta e obrigado por me concederem o privilégio de me expressar para vocês. Eu vou seguindo aqui, firme, forte saudoso e esperando que a humanidade em São Paulo evolua. T.’.F.’.A.’.
Mauricio Lemos C.'.M.'.
São minutos que se esvaem ao aguardar em filas de restaurantes para almoçar, em estacionamentos, em ligações para atendimento junto ao setor público e até para pegar um elevador. Aqui você encontra o território dos intelectuais. Todos são politizados, têm opiniões fortes sobre quaisquer assuntos, principalmente a política. Me impressionava, quando das minhas passagens em visita pela cidade como os taxistas se mostravam atualizados politicamente. Hoje percebo que essa é a única forma dessas almas não enlouquecerem frente a tão sofrida profissão. Para sobreviverem a horas de espera no trânsito eles alimentam suas mentes, lendo periódicos como o METRO um jornal em formato de revista onde nenhuma notícia tem mais de uma página e que permite a qualquer um estar informado sobre o que tem acontecido no mundo, principalmente em São Paulo. É o conhecimento da “folha corrida”da notícia dos 15 minutos que por ser tão pequeno como instrumento de informação, acaba sendo lido inúmeras vezes e decorado pelos taxistas para espanto dos seus d esavisados passageiros. São Paulo é a terra dos gostos requintados. É tão comum o dueto “Rúcula com Tomate Seco” quanto o nosso “queijo minas com goiabada”, mas isso não é refinamento, erudição. Trata-‐se de um mercado consumidor de 22 milhões de pessoas, onde a saída para que o comerciante sobreviva está em atender a pluralidade de gostos, em procurar um nicho específico de atuação para não falir e sabemos como o ser humano, principalmente o brasileiro, pode ser criativo. Assim, desde cedo os pequenos paulistanos se acostumam com os pedidos extravagantes de seus pais, ávidos por se diferenciarem em meio a tamanha população, afinal de contas, ninguém quer ser um número nas estatísticas, concordam? Não me arrependo da decisão de vir para essa cidade, afinal de contas ela lhe abre os horizontes forçando-o a ser flexível e lidar com adversidades. Durante esses quase dois anos já viajei mais e convivi com culturas diferentes do que meu tempo de Uberlândia, v i o Norte da América, a Europa e regiões do pais que desconhecia. Outro fator de destaque é que a escolha de vir para cá, e trazer minha família não é definitiva, é contextual e pode ser mudada. Vencer os laços que me prendiam a Uberlândia é que foi difícil, retornar a minha “casa”é bem mais fácil. Nunca fui muito presente em nossas sessões, meu trabalho em Uberlândia por vezes me impediu de ser mais assíduo. Atualmente se voltasse a loja dificilmente perderia um encontro, aprendi a viver cada momento em seu tempo, a estar completamente dedicado a cada iniciativa pelo tempo em que ela dura, em resumo a saborear o tempo, que é o nosso bem mais precioso e que ao contrario do que pensava nos melhora cada vez que temos menos dele a nos servir.
Que o S.’.A.’.D.´.U.’. lhes concedam saúde, paz e toda felicidade que seus corações puderem suportar. Aproveitem o tempo em Loja, vocês não imaginam como me fazem falta e obrigado por me concederem o privilégio de me expressar para vocês. Eu vou seguindo aqui, firme, forte saudoso e esperando que a humanidade em São Paulo evolua. T.’.F.’.A.’.
Mauricio Lemos C.'.M.'.