quinta-feira, 24 de abril de 2014

SAUDADE



APRESENTADO PELO IRMÃO DAVID ARAÚJO DIA 22/04/2014
 NA LOJA MAÇÔNICA ALPHA E ÔMEGA  

COM A ILUSTRE  PRESENÇA DO IRMÃO JAIR JOSÉ DE CARVALHO - MEMBRO HONORÁRIO DA ALPHA E ÔMEGA - O IRMÃO DAVID ARAÚJO LHE DEDICOU ESSE TEXTO PARA REFORÇAR A NOSSA ESTIMA E NOSSO SENTIMENTO DE FRATERNIDADE A TODA A SUA FAMÍLIA , NESSE MOMENTO DE DIFÍCIL PROVA QUE PASSA O NOSSO QUERIDO JAIR .


Qual o significado da palavra " saudade " ? 
Ingenuamente , pude ao longo de minha vida , ouvir o questionamento com relação à origem da palavra  saudade . 
Longas discussões , reuniões literárias , tudo para uma constante busca do sentido da palavra , enquanto que , os dicionários fazem definições pontuais de um sentimento de ausência . Existem expressões indecifráveis porque não nasceram dos símbolos e nem tampouco das combinações científicas , portanto , irreais , abstratas , com existência alicerçada numa fluência maior de forças que não estão ao alcance da imaginação humana .
Saudade não é uma virtude , não é um dom , não é uma característica da alma de ninguém . É portanto , o resultado de uma obra extraordinária de Deus 

, chamada relacionamentos e reflexos das projeções de satisfação de nosso cérebro . Ter saudade é uma proposta do nosso cérebro , para aliviar a maioria de nossas perdas e de nossos lutos .

 Trabalhando inconscientemente , nosso cérebro acumula as experiências vividas e não vividas , de ontem e de hoje , nunca de caráter ruim , sempre acompanhada de prazeres e momentos de bondades que marcaram nossa vida . De onde vem a saudade ? De um corpo Divino , chamado Deus , e que gravita em tudo o quanto existe sobre a face da terra . Egoisticamente  temos que sentir saudade , é um privilégio de quem fica , nunca de quem vai ! Entretanto , quanta saudade deve sentir um espírito de alguém que partiu deste mundo para outro ; seja céu , plano espiritual , sei lá ! 

Sei e creio que a vida não é só este momento ; que pré existimos e que pós existiremos ; somos matéria inteligente , matéria permanente , constante , indestrutível . Assim nossas células inteligentes , nosso cérebro pensante , nossos sentimentos de amor , de saudade , serão sempre amor , sempre saudade . Se apesar dos percalços que nosso corpo físico e nossa mente sofrem durante nossa existência terrena , não queremos que isto acabe , que cesse a nossa vida neste plano . Gostamos de viver , de acumular saudades , lembranças boas , momentos felizes . Não queremos morrer , porque morrer é sinônimo de saudade , saudade para quem fica , saudade para quem vai . Mas falando de saudade , já estava me esquecendo de falar sobre a saudade :

 Deus , infinitamente perfeito , Onipotente , capaz de tudo ; Onisciente : que sabe de tudo ; Onipresente ; presente em tudo e em todos nós , perpetuou sua obra no esplendor do projeto HOMEM / MULHER ;

 dotou estas lindas criaturas , perfeitas e maravilhosas de um sentimento chamado AMOR ; AMOR  tal como saudade , também não se define . E não é porque não tenha ou tenha como vocábulo em outras línguas , é porque AMOR é um abstrato mensurável , é uma ilusão real , é uma hipótese verdadeira , um brinquedo de gente pequena , de gente miúda e de gente graúda , de pobres e de ricos , de raças inúmeras , de coisas que parecem irracionais , de lugares que parecem mudos , de paisagens que mudam de cenário como nuvens mudam de lugares , de formato , de cores . É desse AMOR que eu falo , que nasce da danada da saudade ! danada porque nasce do amor e cresce no sofrimento , na angústia do perder . Danada , porque não tem remédio para a sua cura ; ela é só doença ... doença que eu vou levar , que vou deixar , que você vai penar , que eu vou penar , que todo mundo vai ter que carregar , até quando ? Não sei , até lá nesse Deus , PRESENTE , CONSCIENTE , POTENTE . DEUS QUE FEZ A SAUDADE !

David Araújo 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A LÁGRIMA , A ESTRELA , A PÉROLA E A GOTA DE ORVALHO




TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO ADEMAR S. VIEIRA DIA 22/04/2014
NA LOJA MAÇÔNICA ALPHA E ÔMEGA


Encontraram-se um dia, uma lágrima, uma estrela, uma pérola e uma gota de orvalho.




Falou primeiro a estrela:- Quem diria que eu tivesse o trabalho de descer das alturas luminosas, para vir conversar com vocês três? Não sabem que sou mais alta que as nuvens? E que a minha altivez fulgura entre mil chamas radiosas, na infinita amplidão?







Mas, respondeu a pérola vaidosa: - Quem te dará valor, entre milhões de lâmpadas no espaço? Tu não passas de um grão de esplendor, metido na poeira do infinito. Ninguém se lembra de te por nos braços! Enquanto eu, lá no fundo dos oceanos, sou buscada e vendida aos soberanos, para enfeitar, com minha limpidez, as coroas dos reis! Vivo no colo esplêndido dos nobres, e nos ricos seios das rainhas... Não como tu, que sob o olhar dos pobres poetas vagabundos te encaminhas... - Valho mais que tu! E ainda mais valho que um orvalho e uma lágrima, pois ambos são gotas d'água, sem o mínimo valor.








Disse o orvalho, com mágoa: - Qual de vocês três, tem esse encanto de se transformar em gozo, na boca imaculada de uma flor? Eu venho lá de cima, radiante, nos braços da alvorada, cobrir de beijos uma rosa, que se sente tão doce nesse instante, que vale a pena vê-la tão ditosa! E trago o riso ao coração da Terra, engolfada em pranto. Eis como sou feliz! Na campina, ou no cimo da serra, sou sempre uma esperança cristalina, nos lábios sorridentes de uma flor!Calou-se o orvalho.


 E a lágrima? Coitada, esta nada dizia...- E que respondes tu? perguntaram os demais.

E ela, rolada na terra húmida e fria, nada ousava falar...Porém, sublime e calma, respondeu:






 Eu sou o perdão no crime e a vibração no amor! Bailo no olhar risonho da alegria, moro no olhar tristíssimo da dor! Eu sou a alma da saudade e da harmonia! Sou o estrilo na lira soluçante dos poetas, sou oração no peito dos ascetas, sou relíquia de mãe em coração de filho, lembrança de filho em coração de mãe! Não vivo nos seios perfumosos, nos colos orgulhosos, na ostentação efémera do luxo... Porém, penetro no espírito do mundo, seja do rei, do sábio mais profundo, do rústico mais vil, do pecador, do santo, até na face do Senhor um dia já rolei... Eu, lágrima pequena, penetrei no coração de Deus, e fiz estremecer, abrir-se extasiado o pórtico dos céus! Não sei quantos pecados já lavei!


A lágrima calou-se humildemente, deslumbrando... Em silêncio, a tudo contemplou serenamente, na vastidão vazia...




A estrela ocultou-se atrás de uma nuvem e chorava...


A pérola desceu à profundeza dos mares e chorava...


O orvalho tremulando sobre a relva também chorava...




E a lágrima, só a lágrima sorria!



(Autor desconhecido)


Imagens : Arquivo da Loja e Internet



A ROMÃ




TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO GILDO GOUVEIA DIA 15/04/2014
NA LOJA MAÇÔNICA ALPHA E ÔMEGA


R

omã, fruto da Romãzeira, cultivada em quase todas as regiões de clima quente. Cresce em estado silvestre no oeste da Ásia e nordeste da Índia.

 A romã tem uma casca dura com muitas sementes, dizem que ela tem 613 sementes, independente de seu tamanho. Já era conhecida Hebreus e nos templos babilônicos. 

Existia uma pintura dessa fruta nos pilares do Templo de Salomão.

Na mitologia grega, Perséfone, bela filha de Deméter, a deusa da agricultura e da fertilidade, teria sido seqüestrada por Hades, o deus dos mortos. Um dia, quando Perséfone se achava colhendo flores em um prado, a terra se abriu. Hades a segurou e levou-a consigo para tornar-se rainha dos mortos no seu reino dos infernos. Deméter ficou desesperada e enfurecida com os deuses por permitirem que Perséfone  fosse seqüestrada, e recusou-se a permitir que as plantações amadurecessem.
Para fazer voltar a fertilidade à Terra, o deus Zeus pediu a Hades que devolvesse Perséfone à sua mãe. Mas, enquanto Perséfone esteve vivendo no mundo dos infernos, havia comido algumas sementes de Romã, fruta que simbolizava o casamento. Ao comer dessas sementes, Perséfone contraiu núpcias com Hades, não podendo desfazer.
Zeus estabeleceu um acordo entre Deméter e Hades, Perséfone passaria 2/3 de cada ano com sua mãe e 1/3 com Hades. Enquanto Perséfone viveu com Hades, a terra tornou-se fria e estéril, refletindo a infelicidade de Deméter. Mas, no momento em que Deméter e Perséfone passaram a viver juntas, as plantações floresceram. Os gregos usavam esse mito para explicar as mudanças registradas nas estações do ano.

O profeta Maomé afirmava: “Coma romã para se livrar da inveja e do ódio.”
Em Êxodo, 15: 13, 14 e 15 temos: … e aconteceu que, à tarde, subiram codornizes e cobriram o arraial; e, pela manhã, jazia o orvalho ao redor do arraial; e alcançando-se o orvalho caído, eis que sobre a face do deserto, estava uma coisa miúda como a geada sobre a Terra; e, vendo-as os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Pois não sabiam o que era. Disse-lhes, pois Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu para comer.

Em Reis, 7: 18, 19, 20 e 21 temos: ...assim fez as colunas juntamente com duas fileiras ao redor sobre uma rede, para cobrir os capitéis que estavam sobre a cabeça das romãs; e assim fez também com o outro capitel;
...e os capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas eram de obra de lírios no pórtico de quatro côvados.
...os capitéis, pois, sobre as duas colunas estavam também defronte, em cima do bojo que estava junto à rede;
...e duzentas romãs, em fileira ao redor, estavam também sobre o outro capitel;
...depois levantou as colunas no pórtico do templo; e levantando a coluna direita, chamou o seu nome Jaquim; e levantando a coluna esquerda, chamou o seu nome Boaz.

Na maçonaria ela coroa as colunas simbólicas localizadas na entrada  de uma Loja: (J e B), parecidas com as que Hiran colocou na entrada do templo de Salomão.
Ela representa todos os Maçons espalhados pela superfície da Terra. As sementes da romã, intimamente unidas, nos lembram a Fraternidade que deve haver entre os homens. Significa também o lugar em que os Maçons se localizam na Loja e cujos grãos significam prosperidade e solidariedade da família maçônica.

Fé e prosperidade se confundem nesse fruto que tem grande significado nas três principais religiões monoteístas: Cristianismo, Islamismo e Judaísmo.


“Plantar um pé de Romã é plantar um pé da mais pura e sincera fé”


TRABALHO FORMULADO EM 14/11/2006



IMAGENS : ARQUIVO DA LOJA E INTERNET




terça-feira, 22 de abril de 2014

A MENTIRA



TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO  JULIO CESAR DIA 01 DE ABRIL DE 2014 

NA LOJA MAÇÔNICA ALPHA E ÔMEGA


A mentira é tão frequentemente utilizada que o seu sentido ultimamente
parece tender a ser banalizado. Segundo as estatísticas (citadas por Roque
Theophilo), mentimos cerca de 200 vezes por dia e em média uma vez por
cada 5 minutos. Começando pelos falsos elogios - p.ex, essa saia fica-te
mesmo bem -, passando pelas desculpas "esfarrapadas" - p.ex., não pude
fazer os trabalhos de casa porque faltou a luz - ou pelas mentiras descaradas,
chegam mesmo existir casos em que os pais, que parecem tão preocupados
quando os filhos mentem, os incitam a mentir - p.ex. quando Ihes pedem para
dizer que eles não estão em casa.


A mentira pode surgir por várias razões: receio das consequências
(quando tememos que a verdade traga consequência negativas), insegurança
ou baixa de auto-estima (quando pretendemos fazer passar uma imagem de
nós próprios melhor do que a que verdadeiramente acreditamos), por razões
externas (quando o exterior nos pressiona ou por motivos de autoridade
superior ou por co-ação), por ganhos e regalias (de acordo com a tragédia dos
comuns, se mentir trás ganhos vale a pena mentir já que ficamos em vantagem
em relação aos que dizem a verdade) ou por razões patológicas.

 Na infância
mentimos para nos isentarmos das culpas. Muitas vezes os adolescentes
descobrem que a mentira pode ser aceitas em certas ocasiões e até ilibá-Ios de
responsabilidade e ajudar a sua aceitação pelos colegas. Algumas crianças e
adolescentes que geralmente agem de forma responsável, podem cair no vício
de mentir repetidamente ao descobrir que as suas mentiras saciam a
curiosidade dos pais.
Para alguns investigadores, as crianças aprendem a necessidade de
mentir (p.ex. não demonstrar descontentamento com as prendas recebidas sob
pena de não receberem mais) tão cedo quão mais inteligentes forem. Face à
sua frequência, existe uma certa tendência para banalizar ou até catalogar a
mentira como positiva - a "mentira branca" é considerada como uma forma de
facilitar a integração na sociedade, e muitas vezes os que não a utilizam são
catalogados como in~nuos -, mas há que não esquecer que durante toda a
história da humanidade a mentira causou muitos sofrimentos e fez derramar
muitas lágrimas sobretudo quando projetada sob a forma de calúnia. Quando
as crianças ou adolescentes mentem, os pais devem conseguir distinguir entre
a realidade e a mentira e falar abertamente com eles sobre os aspectos
pejorativo da mentira, e as vantagens que a verdade Ihes trará. Em casa a
criança deverá encontrar exemplos de verdade e honestidade que fomentem a
sua atitude de sinceridade. Durante os primeiros anos as crianças não
distinguem a realidade da fantasia, mas cedo começam a utilizar a mentira por
proveito próprio. Sensivelmente por volta dos 7 anos as crianças já têm
capacidade para distinguir claramente o verdadeiro do falso, e os adolescentes
passam a conseguir discernir com relativa facilidade quem está a mentir ou a
ser sincero.
A mentira existe ao longo de toda a escala patológica. A saúde mental
só é compatível com a verdade. De nada serve querer acreditar que o nosso
familiar não faleceu quando na realidade isso não é a verdade, de nada serve
acreditarmos que somos capazes voar se na realidade não temos asas. Nos
estados neuróticos, a mentira pode surgir com base numa incapacidade da
consciência aceder a fatos recalcados e que se encontram no nosso
inconsciente, ou por problemas de auto-estima e auto-imagem que despoletam
a necessidade de fazer passar uma auto-imagem melhor do que a que
acreditamos ter. Nos estados limite, a mentira aparece frequentemente devido
à falta de barreiras externas que balizem o comportamento. Esta situação
surge frequentemente em filhos de pais muito repressivos ou demasiadamente
permissivos. Nas psicoses, a mentira surge na forma de delírio, uma descrição
que as próprias pessoas admitem como verdadeira, apesar do seu aspecto
frequentemente bizarro, devido a uma quebra de contato com a realidade
A mentira pode ainda surgir como uma dependência, quando dita de
uma forma compulsiva. 

Os dependentes da mentira sabem que estão a mentir
mas não se conseguem controlar, num processo que surge de uma forma
muito semelhante ao do vício do jogo ou à dependência de álcool ou de
drogas. Esta incapacidade em controlar os impulsos é causadora de um
sofrimento nítido razão pela qual deve ser alvo de tratamento. Nos
dependentes da mentira, o primeiro passo a dar consiste em assumir que
existe um problema e de seguida procurar ajuda para esse mesmo problema. A
nível da abordagem terapêutica o tratamento passa geralmente pela realização
de uma terapia psicológica. Ao nível das provas psicológicas a mentira pode
obviamente influenciar a validade dos resultados ou pela tendência do sujeito
em simular um desempenho superior (faking good) ou inferior (faking bad) ao
da realidade. Por estas razões grande parte das provas psicológicas
apresentam formas de controlar a veracidade das respostas quer a partir da
própria atitude do sujeito a analisar quer mesmo através de índices de
consistência interna, teste-reteste ou confrontação com familiares e amigos
próximos. Entre estas formas de dissimulação revela-se frequentemente
também averiguar até que ponto as simulações surge de forma consciente ou
inconsciente relativamente ao sujeito.


Bibliografia: Internet Livro de Psicologia e Psiquiatria Aplicada ao ser
Humano.


Imagens : Arquivo da Loja e Internet 
Colaboração do Irmão Secretário Weliton Vitória de Lima

sexta-feira, 18 de abril de 2014

FELIZ PÁSCOA


Prezados Ir.'. e Cunhadas,

A Chancelaria da A.'.R.'.L.'.S.'. Alpha e Ômega deseja a todos um bom feriado de pascoa, e felicidades a todos neste domingo de renovações.....

Anderson.'.
Chanceler.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

ERA VULGAR E O CALENDÁRIO MAÇÔNICO





Desde os idos mais antigos a humanidade utiliza-se de certos referenciais para delimitar um determinado espaço de tempo. Os astrônomos servem-se de acontecimentos naturais ou fenômenos a que se referem os seus cálculos, como as revoluções da Lua, os equinócios e solstícios, os eclipses e a passagem dos cometas. Os cronologistas e historiadores, servem-se também de certos acontecimentos que tiveram influência sobre o gênero humano. Designam-se as épocas enunciando os fatos notáveis a que se referem: Criação do mundo, fundação de Roma e o nascimento de Cristo, entre outros. Primitivamente, os tempos eram calculados em gerações: a Bíblia, por exemplo, conta dez gerações antes do Dilúvio e outras dez depois do Dilúvio. Já segundo Heródoto (Grego considerado o Pai da História) e a maior parte dos autores da época, três gerações correspondiam a cem anos. Posteriormente, possivelmente no século VIII, introduziu-se o uso das Eras, que consistiam no número de anos civis de um povo que decorriam desde uma época notável, tomada como ponto de referência, e que dava o nome à era adotada.
Quanto à etimologia da palavra “Era”, é um tanto controversa. Alguns indícios apontam que teve sua origem na Espanha e, acredita-se, ser a contração das iniciais A.E.R.Aencontradas nos monumentos antigos e que significam Annus Erat Regni Augusti (era o ano do reinado de Augusto) ou Ab Exordio Regni Augusti que significa "Do começo do reinado de Augusto", pois os Espanhóis iniciaram seus cálculos a partir do período que o país ficou sob o domínio de Augusto. Outros dizem derivar da palavra latina aes, aeris (bronze), porque das medalhas e moedas desse metal se deduzia a data do acontecimento notável que serviu de começo a uma serie de anos. As palavras era e época tem certa relação entre si, mas contudo são bem distintas: Era, é o número de anos decorridos desde certo acontecimento notável; época é o momento desse acontecimento. De todos os marcos de início que se poderiam escolher, nenhum seria mais apropriado e natural do que o próprio começo do tempo, isto é: o instante do ponto de partida da primeira volta da Terra em torno do Sol, no princípio do mundo. Todos os povos tomariam este instante se tivesse sido possível determiná-lo. Não o sendo cada povo adotou, como já dissemos, uma Era: A dos Judeus funda-se na criação do Mundo, segundo o Gênesis; a dos antigos Romanos, na fundação da sua Capital; a dos Gregos, no estabelecimento dos jogos Olímpicos; a dos Egípcios, na ascensão de Nabonassar, primeiro rei da Babilônia, ao trono daquele Império; a dos Cristãos no nascimento de Cristo.
Já a expressão Vulgar tem origem no Latim Vulgaris ou Vulgus e primitivamente significava “pessoas comuns” ou seja, aqueles que não são da realeza. Isto pelo menos até meados do século XVI quando a palavra Vulgar passou a ter o significado de algo “grosseiramente indecente”. Foram os Judeus, no entanto, que substituíram o antes de Cristo e o depois de Cristo por antes e depois da Era Vulgar. Como a Era Cristã, sob a denominação de Era Vulgar, é a mais empregada, serve de termo médio e de comparação com as outras, as quais podem se classificar em Eras antigas, as anteriores à Era Vulgar, e Eras Modernas, as posteriores. A Era Vulgar, portanto, designa o calendário Gregoriano mundialmente adotado. Para entender como a expressão Era Vulgar passou a ser empregada na Maçonaria, é preciso lançar mão do Calendário Maçônico. O primeiro ano do Calendário Maçônico é o Ano da Verdadeira Luz, Anno Lucis em Latim, ou simplesmente V.´.L.´. ou A.´.L.´. como empregado na datação de antigos documentos Maçônicos do século XVIII, e interpretado como Latomorum Anno ou, como no texto original em inglês que serviu de base para esta pesquisa, “Age of Stonecutters” – que significa “Idade dos Cortadores de Pedra”. A determinação do Ano da Verdadeira Luz teria sido com base nos cálculos de James Usher, um bispo Anglicano nascido no ano de 1581, em Dublim. Usher havia desenvolvido um cronograma que começava com a criação do mundo segundo o Livro de Gênesis, que precisou ter ocorrido as 09 horas da manhã do dia 23 de Outubro de 4004 A.C., com base no texto Massotérico (texto em hebraico que deu origem à vários capítulos da Bíblia) ao invés do Septuaginta (antiga tradução grega do Velho Testamento). Neste contexto, James Anderson fez constar em sua Constituição de 1723 a adoção de uma cronologia independente da religião, pelo menos no contexto britânico da época, com o objetivo de afirmar, simbolicamente, a Universalidade da Maçonaria. Foi aceito, portanto, que o início da Era Maçônica deu-se 4000 anos antes da Era Comum ou Vulgar. Nota-se o que parece ser um pequeno arredondamento de quatro anos entre os cálculos de Usher e o que foi adotado nas Constituições de Anderson. O Ano Maçônico tem o mesmo comprimento do ano Gregoriano, no entanto, começa em 01 de março – assim como o Ano Juliano que ainda estava em vigor quando da redação das Constituições de Anderson. No calendário Maçônico os meses são designados pelo seu número ordinal. Assim, 01 de março de 2011 da E.´. V.´. seria o dia 01 do mês 01 do ano de 6011 da V.´.L.´., segundo Anderson.

Se por um lado existem claras referências nas Constituições de Anderson a eventos calculados segundo a regra que citamos, por outro tal prática parece não ter sido adotada como regra geral. Os antigos maçons dos Ritos de York e Francês adicionavam 4000 anos à Era Vulgar, conforme as Constituições de Anderson. No entanto Maçons do Rito Escocês Antigo e Aceito utilizavam o calendário judaico, adicionando 3760 anos à Era Vulgar. Já os Maçons do Arco Real utilizavam-se da data de construção do segundo Templo, ou 530 anos antes da Era de Cristo. Qualquer que seja o motivo que tenha levado a tantas variações nos diferentes Ritos, um calendário maçônico é baseado na data de um evento ou um começo, e estas referências eram usadas em documentos oficiais das Lojas. As datas históricas são símbolos de novos começos, e não devem ser interpretadas como se já houvesse uma loja maçônica no Jardim do Éden... A idéia só foi concebida para se transmitir que os princípios da maçonaria (e não a maçonaria em si) são tão antigos quanto a existência do mundo. Vejo que qualquer outro significado Maçônico para estas datas não passam de um desejo dos primeiros maçons escritores de criar uma linhagem antiga para a Maçonaria, nos moldes de suas imaginações.
No Brasil há registros de que o GOB utilizava, nos primórdios da maçonaria Nacional, um calendário equinocial muito próximo do calendário hebraico, situando o início do ano maçônico não em 01 de março como sugere Anderson, mas no dia 21 de março (equinócio de outono, no hemisfério Sul) e acrescentando 4000 aos anos da Era Vulgar, datando seus documentos com o ano da V.´.L.´.(A.´.L.´.). Desta maneira, o 6° mês Maçônico tinha início a 21 de agosto (primeiro dia do sexto mês) e o 20° dia era, portanto, 09 de setembro da E.´.V.´., como situa um Boletim do GOB de 1874, isto segundo o Irm\ José Castellani, em sua obra “Do pó aos arquivos”. Outro bom exemplo é a imagem do topo deste artigo, retirado da Ata de Iniciação de D. Pedro I :
O fato é que datar pranchas e documentos maçônicos com o ano da V.´.L.´. caiu em desuso, talvez porque hoje saibamos que nosso sistema solar existe há mais de 4,5 bilhões de anos. Utilizar o calendário Gregoriano e referir-se a ele como E.´.V.´., é a pratica mais comum nos dias atuais.

DO SITE DO GRANDE ORIENTE DO AMAZONAS
Considerações do Irm\ Reinaldo Roberto Gianelli Jr.
IMAGENS : INTERNET
Bibliografia:
Philosophical e Mathematical Dictionary – Vol I - 1815 – Google Books
Peça de Arquitetura do Irm\ Antonio Carlos Rios – Academia Maçonica de Letras do MS – COMS-COMAB
The Masonic Manual by Robert Macoy – Revised Edition – 1867
Do pó aos arquivos – José Castellani
Web Site da Grande Loja Maçônica de Minnesota-USA

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A IMPORTÂNCIA DE APRESENTAR TRABALHO EM LOJA



APRESENTADO PELO IRMÃO ALDO BORGES EM 08/04/2014 
NA LOJA MAÇÔNICA ALPHA E ÔMEGA



Sempre estimulamos a apresentação de trabalhos em Loja sobre os mais diversos temas, que vão da cultura maçônica à cultura geral, sempre objetivando o esclarecimento, o entendimento e a aceitação de verdades que possam contribuir para a felicidade e para a evolução da humanidade.
Enxergamos grande potencial em diversos irmãos, mas que por uma razão ou outra, deixam de apresentar suas ideias, as quais tanto poderiam contribuir para a elevação moral e cultural do grupo.
Precisamos compreender que não é necessário ser filósofo ou cientista para explanar conceitos. Se trabalharmos o nosso espírito de observação dentro dos conhecimentos históricos e culturais que acompanham  cada um de nós, acabaremos nos tornando aptos a desenvolver pensamentos importantes, aos quais podemos atribuir o título de reflexões.
Uma reflexão não exige condição probatória para ser expressada e antes de ser uma coisa isolada em si, reflete democraticamente sobre todos que dela se iluminam. Quando compartilhamos as observações sinceras que temos sobre a vida e seus atores, acabamos por construir uma verdade para nós mesmos. Além de tudo, quando colocamos nossos pensamentos de forma natural, sem nos preocuparmos com os julgamentos, estamos promovendo uma assepsia mental capaz de nos livrar das ansiedades e das depressões tão comuns nos dias de hoje. Temos que abrir a mente e o coração para fugir de uma realidade firmada nas palavras do médico Augusto Cury que nos dá conta de que: “cada vez mais estamos nos tornando repetidores de dados e menos pensadores”.
E é para exemplificar tudo isso que acabamos de afirmar, que trago uma peça de arquitetura do autor João Rossi Neto,  meu conterrâneo e contemporâneo da cidade de Goiatuba – Goiás, que em sete sintéticas reflexões, nos oferece material que nos permitirá formar nossos próprios juizos acerca daquilo de que trata, ajudando-nos a promover um desdobramento da nossa própria consciencia.
A beleza de suas observações nasce exatamente desse caráter sincero e espontâneo que por sua naturalidade e simplicidade as tornam belas por si sós.



                                                                       




João Rossi Neto



REFLEXÃO 1  Alguém já observou que as praias são lugares democráticos, organizados naturalmente e que medeiam a vida dos pobres, ricos, negros, brancos, amarelos, etc., sem privilégios, onde prevalece à convivência pacífica e consensual de multidões que se aceitam e o respeito entre as pessoas é mútuo e os conflitos são pontuais e limitados, levando-se em conta o vulto das aglutinações?






REFLEXÃO 2 – Não existem amizade e carinho mais sinceros e espontâneos do que os dos cães, em especial os vira-lata. Sem fazer exigências, distinção de classe social, comida farta, conforto, seguem com ternura e paciência os donos. Observo que os cães dos pedintes e catadores de papéis nas grandes cidades, todos os dias, repetem a mesma via sacra, nas ruas, acompanhando-os, muitas vezes sob o sol e chuva inclementes, dormindo debaixo das marquises e viadutos ao lado dos seus donos e mesmo assim demonstram que são animais alegres e felizes; 





REFLEXÃO 3 – As feiras livres são exemplos inquestionáveis da concorrência perfeita, onde de fato funciona a economia de mercado, sem a interferência estatal e os preços são praticados ao sabor da Lei de Oferta e Procura, sem a ilegal e criminosa formação de carteis (nivelamento de preços), prejudiciais aos consumidores e ao desenvolvimento do país;







REFLEXÃO 4 – Partindo da premissa de que tudo que existe no universo sem interferência direta ou indireta do homem (o sol, a lua, as estrelas, a terra, o oxigênio que respiramos, as montanhas, as chuvas, as nuvens, os rios, os mares, a fauna, a flora, terremotos, raios, vulcões, etc.), provém de uma força MAIOR, de um ser supremo, dotado de inteligência superior e tendo essa assertiva como verdade e, sobretudo, o raciocínio lógico calcado nas provas palpáveis, acima elencadas, somos induzidos a acreditar e aceitar a existência de um criador todo poderoso (DEUS) para esse fenômeno universal.
O arcabouço diversificado de coisas complexas e heterogêneas, concretas, irrefutáveis, leva-nos a uma conclusão de que isso é obra de um autor genial, onde os objetos e seres se ajustam cada um ao seu lugar e a sua função, com exatidão espantosa, funcionando com uma perfeição irretocável e milimétrica. Evidentemente, esse criador superdotado está acima dos mortais, com uma competência gerencial infinita, controlando o imponderável e nos levando à fazer a seguinte ilação: “existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia” (Willian Shakespeare).
O ideal é que se tenha fé e crença em lugar de exigir provas materiais para acreditar no Deus Pai Todo Poderoso, invisível, e no Deus filho, Jesus Cristo e na sua mãe celestial, a Virgem Maria;





REFLEXÃO 5 - Que a vida é terrena, provisória, passageira, disso ninguém duvida, e que a morte é certeira e irrevogável, isto também é ponto pacífico, no entanto, que elimina apenas o corpo material, a vestimenta grosseira do espírito (alma), não sendo o final da vida e, sim, um recomeço, pode não ser aceito como verdade absoluta por todos, notadamente pelos céticos. Eu acredito piamente na vida pós-morte e respeito a opinião de quem não comunga com essa ideia;










REFLEXÃO 6 – Que a sociedade vive em eterno e irreversível processo de evolução, sob os aspectos sociais, políticos, científicos, tecnológicos e que as mudanças são realidades que deverão ser aceitas e inseridas no cotidiano, ficando os resistentes às mudanças e alterações, à margem do progresso e fadados a desaparecer, especialmente os militantes nos segmentos de comércio, indústria e prestação de serviços;







REFLEXÃO 7 – Que o conhecimento e a informação (cultura) adquiridos nos livros e através dos mestres (professores), são tesouros que os ladrões não poderão roubar; moedas inesgotáveis para a eternidade. As boas ações que praticarmos, a vida digna e exemplar que levarmos durante a nossa existência, servirão para o nosso engrandecimento e aperfeiçoamento espiritual e terão peso e valor significativos na prestação de contas, em plano superior. Lá o entesouramento de bens terrenos não é levado em consideração, porquanto a moeda de troca não é o vil metal.

Finalmente, ressalto que as conclusões aqui alinhadas são pessoais, de foro íntimo e que não pretendo influenciar ninguém a esposá-las como verdades e tampouco alimentar discussões estéreis a respeito de religião e outras matérias polêmicas, e sequer tentar interferir no tipo de vida escolhido por cada pessoa. Repito, tudo o que disse é fruto da minha ótica e se destina a mera reflexão.


Imagens : Internet

Trabalho Irmão : Aldo Borges