quinta-feira, 18 de setembro de 2014

5 ANOS DO BLOG ALPHA E ÔMEGA



O Blog da Loja Maçônica Alpha e Ômega foi criado em Setembro de 2009  a pedido do então Venerável Mestre Mário Lúcio Salum e no dia 19 de Setembro foi realizada a primeira postagem com o título " COMO TUDO COMEÇOU " em alusão a criação e fundação da Loja , para que fosse cumprido o 3º. objetivo de sua fundação que diz :


 MAÇONARIA OPERATIVA E MAÇONARIA ESPECULATIVA 
Promover com isso, uma terceira via de caráter participativo e integral, acompanhando os avanços da humanidade e que apontam para o que se pode chamar hoje em dia como : MAÇONARIA SOCIAL .

Foram realizadas até aqui 160 matérias com o objetivo de relatar a história deste período da nossa Loja . Foram registradas momentos tristes da nossa Oficina , como a perda dos saudosos  Irmãos Past-Veneráveis Mário Lúcio e Edson Alves , mas também foram mencionadas várias homenagens às nossas Mães , Fraternidade Feminina , Pais ,Cecom , Ordens Paramaçônicas , Sessões Públicas de Iniciações , Textos Maçônicos , Posses de Diretorias , Almoços ,Confraternizações de final de ano , Promoções da Fraternidade Feminina como mesas de buteco, festas juninas , cursos oferecidos e outros tantos momentos deixando assim devidamente guardados e registrados os arquivos fotográficos de nossa Loja nesse período de cinco anos . Vários foram os Irmãos , Cunhadas , Sobrinhas e Sobrinhos que colaboraram para o sucesso do nosso Blog que respeitosamente recebeu até a data de hoje 27.727 visitas , segundo o provedor Google , as visitas foram realizadas no Brasil , Alemanha , Estados Unidos , Portugal e França .

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

PALESTRA PROFERIDA PELO IRMÃO JAIME PINTO JORGE FILHO 
DA LOJA MAÇÔNICA LUZ E CARIDADE DIA 09/09/2014



INTRODUÇÃO

Dia 7 de setembro, comemoramos o 192º Aniversário da independência política de nosso país. Inicialmente, faremos alguns comentários sobre o período que antecedeu nossa Independência e conduziu o Brasil a este fato histórico que nos colocou entre os países soberanos do mundo.

 1. Comecemos no final do século XVIII, no ano de 1799. A partir de 15 de julho de 1799, o Príncipe do Brasil, D. João Maria de Bragança, aos 32 anos, tornou-se príncipe-regente de Portugal, pois sua mãe, a rainha D. Maria I, foi declarada louca pelos médicos.  Os acontecimentos na Europa, onde Napoleão Bonaparte afirmava seu Império, sucedeu-se com velocidade crescente.
 2. ANTECEDENTES – NAPOLEÃO Desde 1801 já era analisada a idéia da transferência da corte portuguesa para o Brasil,  caso necessário.  As facções no governo português, entretanto, se dividiam: • uma facção era partidária que a preservação do Império Colonial Português e do próprio Reino, deveria apoiar-se na aliança com a Inglaterra; • a facção francófila considerava que a neutralidade de Portugal ante o imperialismo de Napoleão, só poderia ser obtida através de uma política de aproximação com a França. As lojas maçônicas, quer de origem britânica, quer de origem francesa, se dividiam entre elas. Considere-se ainda que as idéias iluministas francesas proliferassem clandestinamente ou abertamente, cada vez com mais abundância. Vamos  relembrar  um  pouco  esse  conturbado  período.  A Revolução Francesa já se estendia por dez anos, desde 1789 até 1799. A Era Napoleônica começa com o episódio de 18 de Bromarei,em 1799. Brumário era o mês outonal, que ia de 22 de outubro a 20 de novembro.  A França estava longe da estabilidade política, econômica e social desejada. De um lado, a ordem era perturbadora, pressões populares, que exigiam acabar com a pobreza e a miséria em que vivia grande parte da população do campo e das cidades. De outro, a burguesia, camada social que havia liderado a revolução, via seus negócios sucumbirem em função das constantes crises econômicas e políticas e cobrava mudanças no governo. Vários  países  europeus  conspiravam  para  pôr  fim  ao  regime revolucionário na França. Em meio a esse caos, desponta vitorioso no campo de batalha um jovem general chamado Napoleão Bonaparte.  Seria ele o imperador mais temido de seu tempo.  A bandeira iluminista o projetava além das vitórias militares. Promovido o general em 1795, aos 26 anos de idade, comandou o exército francês que conquistou a península Itálica e, vencedor, contemplou as Pirâmides do Egito entre 1796 e 1797. Apoiado em tanta popularidade, comandou em 1799 um golpe de estado contra o Diretório e tomou o poder. Aos 27 anos elegeu-se1º Cônsul da República. Reorganizou a educação e formou cidadãos e seguidores. Em 1802 era Cônsul Vitalício e em 1804 obteve o apoio da população em um plebiscito, dando início ao governo do Império Napoleônico, contando com o apoio de 60% da elite francesa. A Inglaterra, por sua vez, era o principal oponente da França. Com uma poderosa marinha e uma economia desenvolvida, resistia aos ataques de Napoleão.  Em 1806 Napoleão impôs o Bloqueio Continental, que decretava o fechamento dos portos europeus ao comércio inglês. Seu objetivo era abalar a economia da Inglaterra para derrotá-la militarmente e ampliar o mercado para a burguesia francesa. Napoleão pôs em prática uma política de intervenções e anexações.  Em 1807, ordenou a intervenção militar na península Ibérica, começando pela Espanha, em cujo trono colocou seu irmão José Bonaparte.  Os espanhóis, porém, resistiram à imposição do novo rei e pegaram em armas contra os franceses. No mesmo ano, Napoleão decidiu invadir Portugal que, aliado da Inglaterra, havia se recusado a aceitar o bloqueio. O país foi ocupado sem dificuldades, mas a família real portuguesa fugiu para a América. Desde Outubro desse ano, Jean-Andoche Junot, antigo embaixador francês em Lisboa, preparava-se para invadir Portugal. Foi nesse contexto que D.João pactuou com a Inglaterra a transferência do governo português para o Rio de Janeiro, sob a proteção da esquadra inglesa. Em 29 de novembro de 1807 teve início a viagem da Família real e da Corte Portuguesa. Dezoito navios de guerra portugueses e treze britânicos escoltaram mais de vinte e cinco navios mercantes de Lisboa até à costa do Brasil. A bordo, seguiam mais de quinze mil portugueses. O Reino ficava sob Regência de uma Junta que Junot logo dissolveu. Com a presença da Família Real Portuguesa no Brasil a partir de 1808, registrou-se o que alguns historiadores brasileiros denominam de "a; inversão metropolitana, ou seja, o aparelho de Estado português passou a operar a partir do Brasil que, desse modo, deixava de ser uma "a; colônia e, com a presença das Cortes e de D.João, assumia efetivamente o lugar da metrópole.
 3. AS MUDANÇAS NO BRASIL
3.1 A Sociedade Colonial aqui, imperava o desprezo pelo trabalho. Ao final do período da escravidão no Brasil, cerca de 42% da população negra ou mulata já estava livre ou liberta. Condição ambígua: na prática, voltavam a seres cravos e continuavam discriminados na sociedade. A escravidão foi uma instituição nacional que condicionou o modo de agir e de pensar - da classe dominante ao artesão, todos queriam ter cravos; dos proprietários de engenho, que poderiam ter centenas de escravos, ao pequeno lavrador, com dois ou três, até os forros, no lar doméstico desejavam ter um escravo. O trabalho manual foi socialmente desprezado como “coisa de negro” até a chegada em massa dos trabalhadores europeus, já nos éculo XX.  Em teoria, as pessoas livres da Colônia eram enquadradas em uma hierarquia social: nobreza, clero e povo.
Os títulos de nobreza eram ambicionados pela elite branca, mas não chegou a existir uma aristocracia hereditária. Os fidalgos eram raros e a gente comum, que era maioria, burgueses com aspiração à nobreza. Para diversificar essa escala, no campo havia os roceiros, pequenos lavradores; nas cidades havia os artesãos e pequenos comerciantes.  Ainda nas cidades de Salvador e Rio de Janeiro, havia os traficantes de escravos, incluídos na elite social. Esse cenário social iria mudar com a descoberta de ouro e diamantes em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, a partir de princípios do século XVIII, e, posteriormente, com a vinda da Família Real para o Brasil. No tocante à região mineira e aos centros urbanos, como Salvador e Rio de Janeiro, ia surgindo uma burocracia administrativa, de letrados e gente dedicada às chamadas profissões liberais, sobretudo à advocacia. As diferentes atividades eram desigualmente valorizadas.  A de maior prestígio era a do “senhor de engenho”, título muito desejado pelo respeito que impunha.  O comércio era considerado uma profissão menos digna, os artesãos depreciados, ambos excluídos das honrarias e das Câmaras. Na cúpula da pirâmide social da população livre, ao lado da elite de traficantes, ficavam os grandes proprietários rurais e os grandes comerciantes, principalmente se voltados para o comércio externo. Ascensão econômica destes facilitou-lhes o ingresso na elite colonial, participando das Câmaras e ocupando elevados postos nas milícias. Havia  razões  potenciais  de  conflito.  De um lado os grandes comerciantes, que influenciavam os preços de produtos de exportação e importação, sobretudo quando conseguiam ocupar postos nas companhias privilegiadas de comércio, organizadas pela coroa. De outro lado, os grandes proprietários de terras. A  população  colonial  viveu  em  sua  maioria  no  campo.  As cidades cresceram aos poucos e eram dependentes do meio rural. As  casas  nas  cidades  ficavam  sem  moradores,  enquanto  seus proprietários acompanhavam o trabalho nas lavouras, só se voltando para a vida citadina ao tempo das festas.
Por influência dos estudos de Gilberto Freire, a noção de família na Colônia é vinculada ao modelo patriarcal – uma família extensiva, constituída de parentes de sangue e afins, agregados e protegidos, sob a chefia indiscutível de uma figura masculina. Esta característica foi dominante no Nordeste. Há duas interpretações básicas e radicalmente opostas acercadas relações entre Estado e sociedade. Uma delas localiza no Estado pólo dominante, tendo sua origem na formação do estado português, caracterizado, desde o século XIV, pela centralização precoce e um corpo de leis com feição patrimonialista. Na Colônia, a burocracia estatal reforçava sua obra centralizadora, acentuando os mecanismos de poder e de repressão. Outra orientação considera que, ante um Estado frouxo e sem expressão, impera na Colônia o pólo estruturado pelos proprietários de terras, através do qual governa, legisla, faz justiça, guerreia contra as tribos do interior, em defesa das populações que habitam próximo às suas fazendas, que são seus castelos feudais. Mas,  Estado  e  sociedade  não  são  dois  mundos  ou  conjuntos estranhos.  Ao contrário, há um movimento que reciprocamente impele um em direção ao outro, em razão da indefinição do que seja público e privado.  Por um lado, se o Estado é penetrado por interesses particulares, por outro, sua ação não tem limites claros, decorrentes dos direitos e garantias individuais dos cidadãos. Os traços do Estado patrimonial luso, onde tudo é patrimônio do rei, ajustam-se aos traços do Estado colonial, onde a representação de  classe  cede  terreno  à  solidariedade  familiar.  A família ou as famílias em aliança da classe dominante surgem como redes formadas não apenas por parentes de sangue, mas por padrinhos e afilhados, por protegidos e amigos.  Para a Coroa, Estado é o patrimônio régio e os governantes devem ser escolhidos entre os homens  leais  ao  rei.  Por sua vez, os setores dominantes da sociedade tratam de abrir caminho na máquina estatal ou de receber as graças dos governantes em benefício da rede familiar.
Resulta disso um governo que se exerce não segundo critérios de impessoalidade e de respeito às leis, mas segundo critérios de lealdade. Uma conhecida expressão resume a concepção e a prática descritas, “para os amigos tudo, para os inimigos e indiferentes alei”.
 3.2 A Vinda da Família Real com a vinda da família Real portuguesa as mudanças na nova metrópole do Império Português se desencadeariam com enormes rapidez e significado político-social. As embarcações chegaram à costa da Bahia a 18 de janeiro de 1808 e, no dia 22, os habitantes de Salvador já puderam avistar os navios da esquadra. Às quatro horas da tarde do dia 22, após os navios estarem fundeados, o conde da Ponte (governador da capitania da Bahia à época) foi a bordo do navio Príncipe Real. No dia seguinte, fizeram o mesmo os membros da Câmara. A comitiva real só desembarcou às cinco horas da tarde do dia 24 de janeiro, em uma grande solenidade. De imediato, em Salvador, foi acenado Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas. A esquadra partiu de Salvador rumo ao Rio de Janeiro, aonde chegou no dia 8 de março de 1808, desembarcando no cais do Largo do Paço (atual Praça XV de Novembro). O Príncipe Regente D. João contava 40 anos de idade e o infante D. Pedro tinha apenas 10 anos. Os membros da Família Real foram alojados em três prédios no centro da cidade, entre eles o paço do vice-rei Marcos de Noronha e Brito,  conde  dos  Arcos,  e  o  convento  das  Carmelitas.  Os demais agregados espalharam-se pela cidade, em residências confiscadas à população assinaladas com as iniciais; P.R. ; ( Príncipe-Regente), oque deu origem ao trocadilho  Ponha-se na Rua, ou Prédio roubado; como os mais irônicos diziam à época. Em outra  medida  tomada  logo  após  a  chegada  da  corte  ao Brasil, declarou-se guerra à França, e foi ocupada a Guiana Francesa em 1809 .
Em abril de 1808, o Príncipe Regente decretou a suspensão do alvará de 1785, que proibia a criação de indústrias no Brasil. Ficavam, assim, autorizadas as atividades industriais  em território brasileiro. A medida permitiu a instalação, em 1811, de duas fábricas de ferro, em São Paulo e em Minas Gerais.  Mas  o  sopro  de desenvolvimento  tinha  restrições,  pois  a  presença  de  artigos ingleses  bem  elaborados  e  a  preços  acessíveis  bloqueava  a produção de similares em território brasileiro. A eficácia da medida seria anulada pela assinatura dos Tratados de 1810: o Tratado de Aliança e Amizade e o Tratado de Comércio e Navegação. Por este último,  o  governo português concedia  aos produtos  ingleses uma tarifa  preferencial  de  15%,  ao  passo  que  a  que  incidia  sobre  os artigos provenientes de Portugal era de 16% e a dos demais países amigos, 24%. Essa prática inviabilizava a evolução lucrativa local.Como  principais  mudanças  ocorridas  no  Brasil,  ressalta  o primeiro bilhete de banco, precursor das atuais cédulas, emitido pelo Banco do Brasil em 1810. Mas, outras mudanças muito importantes ocorreram com a vinda da Família Real para o Brasil dentre as que citamos as seguintes:- a fundação do primeiro Banco do Brasil, em 1808;-  a  criação  da  Imprensa  Régia  e  a  autorização  para  o funcionamento de tipografias e a publicação de jornais, também em 1808;- a criação da Academia Real Militar em 1810;- a abertura de algumas escolas superiores, entre as quais duas de Medicina – uma na Bahia e outra no Rio de Janeiro;- a instalação de uma fábrica de pólvora e de indústrias de ferroem Minas Gerais e em São Paulo;- a vinda da Missão Artística Francesa em 1816, e a fundação da Academia de Belas-Artes;-  a  mudança  de  denominação  das  unidades  territoriais,  que deixaram de se chamar ;capitanias; e passaram a denominar-se de províncias (1821); - a criação da Biblioteca Real (1810), do Jardim Botânico (1811)e do Museu Real (1818), mais tarde Museu Nacional.Entender o passado em toda sua complexidade é uma forma de adquirir  sabedorias,  humildade e  um senso trágico  a  respeito  da vida. Assim expressou-se o historiador americano Gordon S. Wood,vencedor de um prêmio Pulitzer, o mais prestigiado dos EUA. Senso  trágico  não  significa  ser  pessimista,  disse  ele,  mas  apenas compreender a vida com todas as suas limitações. Essa  lição  nos  recomenda  que  devemos  ver  no  passado  o sentido de grandiosidade que atingia o Brasil com a vinda da Família Real. Adquiríamos o direito de começar a participar culturalmente do mundo de então, coisa que nos havia sido negada até àquela época.O  Iluminismo  projetava  a  ciência  e  a  racionalidade  crítica  no questionamento  filosófico,  recusando  todas  as  formas  de dogmatismo.  Isto  induziu  a  população  a  pensar  em  liberdade  e soberania, por que não?
4. A CONSTRUÇÃO DA INDEPENDÊNCIA Os sonhos  da população brasileira  de 1822 eram grandiosos.Queriam libertar-se de três séculos de dependência de Portugal  e erguer  na  América  um  vasto  império  –  um  dos  maiores  que  a humanidade  conhecera  até  então.  Esse  novo  país  desdobrava-se desde as profundezas da floresta amazônica, quase nas franjas da cordilheira  dos  Andes,  até  as  planícies  dos  pampas  no  Sul,desenhando uma linha de quase 10.000 quilômetros de litoral, trinta vezes a distância entre Paris e Londres. Com mais de oito milhões de quilômetros quadrados, tinha o dobro do território europeu. Aqui, a diminuta  metrópole  portuguesa  caberia  93  vezes.  A  população?Cerca de 5  milhões  de  habitantes  que,  em sua  maioria,  não era ainda um povo.No  dizer  de  Laurentino  Gomes  (autor  do  livro  1822),  havia razões  de  sobra  para  que  um  simples  observador duvidasse  de nossa viabilidade como país.  Às  vésperas  do grito  do Ipiranga,  o Brasil tinha tudo para dar errado. Os problemas eram proporcionais ao tamanho dos sonhos de independência. De cada três brasileiros dois  eram  escravos,  negros  forros,  mulatos,  índios  ou  mestiços.Nossa  população  era  pobre  e  carente  de  tudo.  O  medo  de  uma revolução escrava, cerca de 70%, pairava como um pesadelo sobre a minoria branca. Ante o baixo nível cultural, a ignorância imperava entre os mais abastados. De certo que havia uma minoria intelectual preparada  em  Coimbra,  mas  também  essa  elite  estava  dividida politicamente  entre  monarquistas  absolutistas,  constitucionais,conservadores e liberais. Em 16 de dezembro de 1815,   ocorreu  a  elevação do então Estado  do  Brasil  (1621-1815),  uma  colônia  portuguesa,  a  Reino Unido com o Reino de Portugal (sua metrópole soberana até então) e Algarve,  devido  à  transferência  da  família  real  e  da  nobreza portuguesa para  o  Brasil.  D.  João somente  foi  coroado rei  algum tempo após a morte de sua mãe, considerada a primeira rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil, e Algarves, por um ano; D. João foi aclamado na corte do Rio de Janeiro como sucessor real de D. Maria Ide Portugal.
4.1 O Retorno da Família Real às Cortes Portuguesas . Porém, algo acontece para mudar nossos destinos: Em agosto de  1820,  irrompe  em  Portugal  uma  revolução  dita  liberal  que buscava  uma  saída  para  a  profunda  crise  que  envolvia  a  vida portuguesa. Crise que era política, pela ausência do rei e dos órgãos de  governo;  era  econômica,  resultante  em  parte  pela  liberdade concedida  ao  Brasil;  a  crise  era  militar  pela  presença  de  oficiais ingleses  nos  altos  postos  do  Exército  e  pela  preterição  de portugueses nas promoções. Na ausência de Dom João, Portugal foi governado  por  um  conselho  de  regência  presidido  pelo  general inglês  Beresford.  Depois  da  guerra  contra  as  forças  francesas, Beresford tornou-se Comandante do Exército Português. Mas, já não havia  a  ameaça  de  Napoleão.  Em  junho  1815,  Napoleão  foi derrotado na Batalha de Waterloo e preso pala segunda vez. Talvez envenenado, morreu em 1821. A  revolução  portuguesa  era  definida  como  liberal  porque considerava  o  regime  absolutista  totalmente  ultrapassado  e opressivo,  porque  dava  vida  a  órgãos  de  representação  da sociedade,  como  é  o  caso  das  Cortes  com  representantes  das províncias. Por outro lado, ao promover os interesses da burguesia, a revolução tentava limitar a influência inglesa e pretendia fazer com que o Brasil voltasse a se subordinar inteiramente a Portugal.No fim de 1820, os revolucionários estabeleceram em Portugal uma Junta Provisória para governar em nome do rei  e exigiram a volta  do rei  à  Metrópole.  Decidiram convocar  as  Cortes,  a  serem eleitas em todo o mundo português, com o propósito de redigir e aprovar uma Constituição. Previa-se também a criação no Brasil de juntas governativas leais à revolução do Porto nas várias capitanias que passavam a chamar-se províncias.A repercussão dessa situação foi imediata no Brasil - tropas se rebelaram em Belém e em Salvador. Manifestações populares no Rio forçaram o rei a modificar o ministério e a criar juntas de governo onde não existiam. A facção portuguesa, no Rio, formado por altas patentes  militares,  burocratas  e  comerciantes  interessados  sem subordinar  o  Brasil  a  Portugal,  defendia  a  volta  de  Dom  João  a Portugal.  Opunha-se  ao  retorno  do  rei  o  partido  brasileiro,  nas capitanias  próximas  à  capital.  Esse  partido  era  integrado  por grandes  proprietários  rurais,  burocratas  e  membros  do  Judiciário nascidos  no  Brasil;  a  esses,  somavam-se  portugueses  cujos interesses passaram a vincular-se com o Brasil.  Em verdade, este partido reunia pessoas que expressavam uma corrente de opinião,não era propriamente um partido político.A questão do regresso logo se decidiu: Dom João VI, com receio de perder o trono, decidiu voltar com a família real. Mas, alertou ao Príncipe  D.  Pedro,  que  aqui  permanecia  como Regente  do  Brasil,quanto à idéia de separação,  como último recurso.  Embarcou em abril de 1821, acompanhado de 4 mil portugueses, deixando em seu lugar,  como  príncipe  regente,  seu  filho  Dom  Pedro.  Nos  meses seguintes,  ocorreram  as  eleições  para  escolha  da  representação brasileira junto às Cortes. Quase todos os eleitos eram nascidos no Brasil,  entre  estes,  estavam  vários  defensores  intransigentes  da independência do Brasil.As  Cortes  começaram  a  se  reunir  em  Portugal  antes  que chegassem os Deputados eleitos no Brasil,  tomando uma série de medidas que aqui causaram grande descontentamento. Os governos provinciais  tornavam-se  independentes  do  Rio  de  Janeiro,subordinados agora a Lisboa. Tentaram revogar acordos de interesse comercial  da  Inglaterra,  de  proprietários  rurais  brasileiros  e  de consumidores  urbanos.  Em  Lisboa,  faziam-se  referências desdenhosas ao Brasil Colônia.
5. OS BRASIS DE DOM JOÃO Aqui  conviviam dois  brasis  inteiramente  diferentes.  Um deles era fruto da transformação ocorrida pela permanência das cortes, já com os pés firmes no turbulento século XIX, com dilemas consoantes aos conflitos em que se desenhavam a nascente opinião pública na Europa  e  nos  Estados  Unidos  independente.  Esse  era  um  Brasil pequeno de alguns milhares de pessoas que tinha seu epicentro no Rio  de  Janeiro.  O  outro,  um Brasil  indolente,  de  território  vasto,isolado e ignorante, pouco melhor do que aqui encontrara Cabral.Ambos conviviam de forma precária e ignoravam-se mutuamente.Caberia ao príncipe D. Pedro e ao seu braço direito, José Bonifácio de Andrada  e  Silva,  a  tarefa  de  fazê-los  caminhar  juntos  rumo  à Independência. E o Príncipe Regente?Em 1821 D. Pedro de Alcântara contava 23 anos. Por vezes é difamado  como  ignorante,  mal  interpretado  e  lhe  negam  outros valores.  Perito  na  arte  de  montar,  nunca  se  prendeu  muito  aos estudos.  Era  entendido  nas  artes  manuais  de  carpintaria  e marcenaria.  Desenhava  e  esculpia,  era  sensível  e  impetuoso.Precisava  ter  sempre  por  perto  um  anjo  da  guarda  para  sua proteção. De inteligência viva, possuía a natureza de artista, que não chegara a se aprimorar. Adorava música, tocava, cantava e regia.Compôs  o  Hino  da  Independência  do  Brasil  e  da  Constituição Portuguesa. Compôs outras obras clássicas, entre elas uma ópera.
Este  era  o  Protetor  Perpétuo  do  Brasil.  Caso  necessário,  que  se fizesse a guerra!Um caminho sem volta .Em fins de setembro e outubro de 1821 novas medidas tomada sem  Portugal  fortaleciam  a  opção  de  independência  no  Brasil.Decidiram  transferir  para  Lisboa  as  principais  repartições  aqui instaladas  por  D.  João  VI,  destacaram-se  novos  contingentes  de tropa para o Rio de Janeiro e Pernambuco e determinou-se a volta do príncipe  regente  para  Portugal.  A  decisão  de  Dom  Pedro,  de permanecer no Brasil, solenizou-se no Dia do Fico (09 Jan. 1822). Era um caminho sem retorno. Os atos do príncipe, a partir daí, foram atos de rotura com as Cortes de Lisboa. As tropas que se recusaram a jurar fidelidade ao príncipe viram-se obrigadas a deixar o Rio de Janeiro. Esboçava-se a criação de um exército brasileiro. Dom Pedro nomeia um novo ministério, composto por portugueses, porém chefiados por um brasileiro: José Bonifácio de  Andrada  e  Silva.  Nascido  em uma das  famílias  mais  ricas  de Santos, estudara em Coimbra, e permanecera na Europa por mais de 35 anos. Não era fácil rotular o pensamento de José Bonifácio, um liberal  conservador  (?),  adversário  das  esfarrapadas  bandeiras  da suja e caótica democracia. Considerava adequada ao Brasil a forma monárquica  de  governo,  sustentada  por  uma  representação  dos cidadãos  restrita  às  camadas  dominantes  e  ilustrada  -  uma oligarquia.A partir  de então,  os  atos  da Metrópole  eram recebidos  com indignação  e  exacerbavam  cada  vez  mais  os  sentimentos separatistas.  Aqui,  definiam-se  com  alguma  clareza  correntes conservadoras e outras mais radicais, que após defenderem maior autonomia  para  o  Brasil,  passaram  a  assumir  a  idéia  de independência.  A  forma  de  governo  desejável,  para  esses conservadores, era a monarquia constitucional, com representação limitada, como garantia da ordem e da estabilidade social. Difícil é definir  a  corrente  mais  radical,  pois  nela  se  incluíam  desde monarquistas  até  os  chamados  “extremados”,  para  os  quais a independência se associava à idéia de república, de voto popular e até de uma quimérica reforma social.Após se convocar uma Constituinte, aceleraram-se as decisões de rompimento, mesmo quando se invocava o propósito de “União com Portugal”. Nossos recursos financeiros eram escassos. O Banco do Brasil cambaleava. D. João VI raspara seus cofres de tesouros como ouro,dinheiro e pedras preciosas quando do retorno da Família Real às Cortes Portuguesas em 1821.6. A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA . É evidente que a Independência do Brasil não se fez pelo Grito de  D.  Pedro  às  margens  plácidas  do  Ipiranga.  Para  romper  um vínculo  com  o  passado  tivemos  de  enfrentar  perdas  humanas  e elevados  custos  decorrentes  das  ações  a  que  o  Estado  se  viu obrigado a tomar. Muito antes do 7 de Setembro de 1822 já havia nos  habitantes  da  Terra  Brasileira  o  desejo  da  emancipação.Lembremos a seguinte cronologia:-  1789:  Inconfidência  Mineira  (movimento  que  alguns  dizem contou com a participação de Maçons);
-  1798:  Conjuração  Baiana  ou  a  Revolta  dos  Alfaiates(movimento que teve a participação de membros da L.’.M .’. Cavaleiros da Luz);
 - 1808: D. João e toda família real por conta da guerra com a França vêm para o Brasil; o decreto da Abertura dos Portos sinaliza que o Brasil  (colônia) começa a desenvolver uma vida econômica independente de Portugal;
-  1815:  D.  João,  criando  o  Reino  Unido  de  Portugal,  Brasil  e Algarves  (o  Brasil  deixa  de  ser  uma  simples  colônia);  nossas aspirações recrudescem, mas a cultura é muito restrita aos centros de poder
;-  1817:  Revolução  Pernambucana  de  caráter  republicano(Revolução dos Padres, a história narra a participação de mais de 50 clérigos, sendo alguns deles maçons); 
1818: D. João VI manda fechar todas as sociedades secretas que funcionavam no Brasil; - 1820: Os portugueses exigem a volta imediata de D. João para Portugal;
- 22 de abril de 1821: o D. Pedro I é nomeado Regente do Brasil;
 -  26 de  abril  de  1821:  D.  João VI  regressa a  Portugal  o  que estimulou os maçons a reorganizarem a Instituição no Brasil; ainda neste ano as Cortes Portuguesas decretam que o Brasil retornasse à sua condição de colônia de Portugal e que D. Pedro retornasse para Portugal;
- 24 de dezembro de 1821: José Bonifácio de Andrade e Silva manifesta-se em nome da população paulista, pedindo a D. Pedro que fique no Brasil;
 - 9 de janeiro de 1822: Dia do Fico, manifestação clara de que o passado não voltaria;
-  14  de  maio:  É  oferecido  ao  Príncipe  o  título  de Defensor Perpétuo do Brasil;
- 20 de maio: o maçom Gonçalves Ledo dirige a D. Pedro uma exortação à Independência;-
Maio de 1822: o Príncipe D. Pedro assina o Decreto do Cumpra-se, ou seja, qualquer lei vinda de Portugal só seria cumprida se fosse aprovada por ele;
- 2 de junho de 1822: Em audiência com D. Pedro, o maçom José Clemente  Pereira  lê  um  discurso  escrito  pelos  maçons  Joaquim Gonçalves Ledo e Januário Barbosa explanando a necessidade de uma Constituinte o que já é um prelúdio do nascimento de uma nova nação (leis adequadas à realidade do povo);
 -  em  3  de  junho  de  1822,  Dom  Pedro  recusa  fidelidade  à Constituição  portuguesa  e  convoca  a  primeira  Assembleia Constituinte  brasileira.  D.  Pedro  escreve  a  D.  João  VI  expressiva carta. Diz D. Pedro ao Rei: “É necessário que o Brasil tenha Cortes suas: esta opinião generaliza-se cada dia mais. O povo desta capital prepara uma representação que me será entregue para suplicar-me que as convoque, e eu não posso a isso recusar-me, porque o povo tem  razão,  é  muito  constitucional,  honra-me  sobremaneira  e também à  Vossa  Majestade,  e  merece  toda  sorte  de  atenções  e felicidades . Sem Cortes, o Brasil não pode ser feliz. As leis feitas tão longe  de  nós  por  homens  que  não  são  brasileiros  e  que  não conhecem as necessidades do Brasil, não poderão ser boas. O Brasil é um adolescente que diariamente adquire forças, deve ter em si tudo  quanto  é  necessário  (...),  é  absurdo  retê-lo  debaixo  da dependência do velho hemisfério”
.-  17  de  junho  de  1822:  a  Loja  Maçônica Comércio  e  Artes ;divide seu Quadro de Obreiros e cria as Lojas União e Tranquilidade e Esperança de Nictheroy, para permitir a criação do Grande Oriente Brasílico ;
-  em 1º  de agosto,  D.  Pedro  baixa  um decreto  considerando inimigas tropas portuguesas que desembarquem no país. Cinco dias depois,  assina  o  Manifesto  às  Nações  Amigas,  redigido  por  José Bonifácio.  Nele,  Dom Pedro justifica o  rompimento com as Cortes Constituintes de Lisboa e assegura a independência do Brasil, mas como reino irmão de Portugal;
.- 2 de agosto: D. Pedro é iniciado em nossos Augustos Mistérios;
 - 5 de agosto: Exaltação de D. Pedro;
-  6  de  agosto:  José  Bonifácio  fez  um manifesto  contundente sobre a necessidade da Independência do Brasil; -  ainda  em agosto:  D.  Pedro  se  dirigiu  para  São  Paulo  para apaziguar os líderes políticos da região.
A Maçonaria teve papel fundamental na Independência de nosso país,  mas ela não era aqui um grupo homogêneo. Longe disso, a Maçonaria brasileira estava dividida em duas grandes facções: uma liderada por Joaquim Gonçalves Ledo e a outra, por José Bonifácio de A. e Silva. Gonçalves Ledo defendia idéias republicanas para o futuro do  Brasil  e  José  Bonifácio  acreditava  que  a  melhor  solução  era conservar  D.  Pedro como imperador  e  como regime a monarquia constitucional.  Ambos  os  grupos  disputavam  o  poder  de  forma passional, o que causou prisões, perseguições, expurgos e exílios. D.Pedro chegou a participar ativamente dessas duas facções. Podemos entender  que  a  participação  da  Maçonaria  na  Independência desenvolveu e propagou as idéias libertárias, estimulando a política dominante  em  busca  da  soberania,  tendo  como  protagonista  o Príncipe Regente; D. Pedro agiu com bastante arrojo e também com prudência para não se tornar um mero instrumento do domínio e da busca de poder que animava as facções maçônicas àquela época.
Em 7 de setembro nas colinas do Riacho do Ipiranga, emissários da  Corte  entregam-lhe  cartas  relatando  a  situação  política  que reinava na Capital  e as pressões vindas da Metrópole. Ciente das ordens  que  não  pretende  cumprir,  em  brado  forte,  nos  relata  a história, disse D. Pedro: “As Cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações;nada mais  quero do governo português  e proclamo o Brasil  para sempre separado de Portugal.
 Esta é a parte bonita, mas para manter sua proclamação houve derramamento  de  sangue  e  não  foram  poucos  os  verdadeiros brasileiros que morreram nos estados da Bahia, Maranhão, Ceará,Alagoas, Piauí, Sergipe e na Cisplatina entre outros.Para consolidar o território nacional, D. Pedro contratou o serviço de  corsários  e  contraiu  uma  enorme  dívida  financeira  com  a Inglaterra.  Por  conta  disso  tudo,  podemos  afirmar  que  não  há Independência  feita  simplesmente  no  papel  e  à  viva  voz.  O documento  apenas  registra  o  Fato  Histórico.  Mas,  imperioso  será garantir a soberania pelo braço armado, pronto a proteger, dissuadir e  assegurar  que,  mesmo  as  palavras  justas,  têm  que  estar amparadas  pelo  poder  e  respeito  à  força  organizada  e  pronta  a responder que agora somos soberanos e não há poder acima desse direito.À semelhança do processo de independência de outros países latino-americanos, o de independência do Brasil preservou o status que das elites  agro exportadoras, que conservaram e ampliaram os seus  privilégios  políticos,  econômicos  e  sociais.  Ao  contrário  do ideário  do  Iluminismo,  e  do  que  desejava,  por  exemplo,  José Bonifácio de Andrada e Silva, a escravidão foi mantida, assim como os  latifúndios,  a  produção  de  gêneros  primários  voltada  para  a exportação e o modelo de governo monárquico.O  Brasil  negociou  com  a  Grã-Bretanha  e  aceitou  indenizar Portugal com o valor de 2 milhões de libras esterlinas, num acordo conhecido como Tratado de Amizade e Aliança. A Grã-Bretanha saiu lucrando, tendo início o endividamento externo do Brasil. Quando D.João  VI  retornou  a  Lisboa,  por  ordem  das  Cortes,  levou  todo  o dinheiro que podia — calcula-se que 50 milhões de cruzados, apesar de ter deixado no Brasil a sua prataria e a enorme biblioteca, com obras raras que compõem hoje o acervo da Biblioteca Nacional. Em consequência  da  leva  deste  dinheiro  para  Portugal,  o  Banco  do Brasil, fundado por D. João ainda 1808, iria falir em 1829.
Em 12 de outubro de 1822, D. Pedro foi  aclamado Imperador pelos pares do Reino e coroado pelo bispo do Rio de Janeiro em 1º de dezembro, recebeu o título de D. Pedro I. No  início  de  1823,  foram  realizadas  as  eleições  para  a Assembleia  Constituinte,  para elaborar  a  primeira  Constituição do Império  Brasileiro.  A  Assembleia  foi  fechada  em  novembro  por divergências com D. Pedro. Porém a Constituição foi elaborada pelo Conselho de Estado e outorgada pelo imperador a 25 de março de1824.  Com  a  Constituição  em  vigor  e  vencidas  as  últimas resistências portuguesas nas províncias,  o  processo da separação entre colônia e metrópole estava concluído. Contra o liberalismo de setores  das  elites  brasileiras,  triunfa  o  espírito  conservador  e centralizador de José Bonifácio.Um dos pontos questionados na literatura maçônica brasileira sobre o tema está relacionado ao Dia do Maçom, 20 de agosto, data que  entrou  para  o  calendário  oficial  brasileiro  mediante  proposta aprovada  no  Congresso  Nacional,  promulgada  pelo  Presidente  da República 
A razão de a Maçonaria ter escolhido o dia 20 de agosto é por conta de Ata de reunião do então Grande Oriente Brasílico, datada do 20º  dia  do 6º  Mês  do  ano da Verdadeira  Luz.  Nessa reunião,presidida  por  Gonçalves  Ledo,  os  maçons presentes  aprovaram a Independência do Brasil, sobre a qual Dom Pedro seria informado e deveria aderir, tornando-se Imperador ou voltar para Portugal. Mas,essa  data  não  era  20  de  agosto  de  1822,  erro  histórico  esse atribuído ao Calendário Maçônico Gregoriano, sistema utilizado nas primeiras atas maçônicas brasileiras, que fixa o Equinócio Vernal no dia  21  de  março,  o  qual  passa a  ser  o  1º  dia  do  ano;  a  sessão mencionada ocorreu em 09 de setembro, mas devido às dificuldades de comunicação ainda não se tinha conhecimento do fato histórico ocorrido dois dias antes, às margens do Ipiranga.

8. CONCLUSÃO Não se pode afirmar que a independência do Brasil tenha sido obra da Maçonaria.  Vários  maçons integravam os  grupos de elite política e social. Fatores internos e externos concorreram para nossa soberania  -  eram os  ventos  trazidos  de  fora  que  imprimiam aos acontecimentos  um  dinamismo  libertário,  envolvendo  nossos protagonistas políticos em uma escalada fortemente impulsionada pela  Maçonaria,  escalada  que  passou  da  autonomia  brasileira  à alternativa  de  independência.  E  SEUS  PROTAGONISTAS  ERAM MAÇONS, políticos atuantes e mais esclarecidos da sociedade civil brasileira.Passados 192 anos desses fatos, enfrentamos ainda hoje muitos percalços  políticos,  onde  nossa  compreensão  é  desafiada constantemente  para  mantermos  nossa  posição  de  Guardiões  da Igualdade  e  da  Liberdade.  Nossa  filosofia  nos  concede  uma consciência  esclarecida,  intolerante  e  avessa  aos  atos  indignos,principalmente se praticados por pessoas que devem tutelar nossas instituições, na qualidade de nossos representantes. Como construtores do templo da virtude e do caráter, devemos colaborar para que se formem espíritos mais iluminados, de líderes que estejam cientes de que devem moldar os vasos que conterão o óleo da vida, resguardando o futuro da Pátria com dignidade . Os  exemplos  do  passado  nos  inspiram  a  prosseguirmos  em nossa tarefa: nosso país precisa que as colunas mestras dos Templos Maçônicos persistam em sua tradicional  senda, garantia de nossa herança onde resplandecem os ideais de LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. Relembremos, pois, com honra, mais um aniversário do  Brasil  independente!  Que  seus  filhos  Dignos  e  Virtuosos,  se lembrem do que disse RUI BARBOSA:;A pátria não é ninguém; são todos;  e  cada qual  tem no seio  dela  o  mesmo direito  à  idéia,  à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados,  a comunhão da lei,  da língua e da liberdade".Honremos  nosso  berço  e  a  memória  de  nossos  antepassados.

Obrigado meus Irmãos!

Oriente em Uberlândia, em 09 de Setembro de 2014

Ir. Jayme Pinto Jorge Filho

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTELLANI, José. Ação secreta da Maçonaria na Política Mundial. São Paulo: Landmark, 2001;

CASTELLANI, José; CARVALHO, William Almeida. História do GOB: A Maçonaria na História do Brasil. São Paulo: Madras, 2009.

CASTRO, Terezinha de.  José Bonifácio e a unidade nacional. Rio de Janeiro: BIBLIEX, 1984.

FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2002.

FREIRE, Gilberto. Casa-grande e senzala. Disponível: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Casa-Grande_%26_Senzala

Guatimozim: Reminiscências. Disponível - http://unidosporbrasilia.com.br/index.php/aprendiz/17-guatimozim

GOMES, Laurentino. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.


ISMAIL, Kennyo. 20 de agosto, a Maçonaria e a Independência do Brasil.Disponível - http://www.noesquadro.com.br/wp-content/uploads/2012/08/20-de-Agosto-a-Ma%C3%A7onaria-e-a-Independ%C3%AAncia-do-Brasil-Kennyo-Ismail.pdf

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ALPHA E ÔMEGA 13 ANOS


A Loja Maçônica Alpha e Ômega neste dia 07 de Setembro de 2014 comemora 13 anos de fundação . Como parte das comemorações  a Diretoria da Loja , a Comissão de Eventos e a Fraternidade Feminina  organizaram uma Palestra Pública , onde o Irmão Hailton Barreiros  dividiu seus conhecimentos profissionais com toda a Família Alpha e Ômega  e nos alertou sobre os cuidados que devemos ter com a nossa visão ,após a palestra a pedido do Venerável Mestre Clésio Ferreira Mateus o Irmão Orador José Rubens Buiatti  nos conduziu a uma reflexão sobre os motivos da criação desta Loja Maçônica e a importância de todos os Irmãos que fazem parte deste projeto , exaltou ainda a participação da Fraternidade Feminina nas realizações dos trabalhos sociais e na prática do amor ao próximo . Após a palestra foi servido um excelente jantar a todos os convidados .
Abaixo fotos deste evento 
CRÉDITOS DAS FOTOS : JOSÉ WILSON SALIM

Segue abaixo um breve histórico de nossa Loja .
A Loja Maçônica Alpha e Omega Nº 3.402, do RITO BRASILEIRO, ao Or\ de Uberlândia Estado de Minas Gerais, foi fundada em 7 de Setembro de 2001, associando sua data de fundação à data magna de celebração da Pátria.

PRELIMINARES:
No ano de 1994, os IIr.'. Aldo Borges de Freitas, Klinger Porfírio Alves e Mário Lúcio Salum ( hoje no Oriente Eterno ), pertencentes ao quadro da ARLS Obreiros da Caridade Nº 2.573, tendo sido indicados pelo Ir.'. David Araújo foram convidados a ajudar nos trabalhos que se desenvolviam na Instituição chamada Centro Comunitário Alfa e Ômega, no Bairro Santo Inácio. O presidente da instituição, Dr. Sinval de Melo ( hoje no Oriente Eterno ), incentivado pelo Ir.'. David compareceu à Loja Maçônica Obreiros da Caridade para pedir apoio a qualquer dos irmãos daquela Loja que pudesse ajudá-lo a desenvolver o andamento dos trabalhos do Centro Comunitário, que se achavam comprometidos pelo abandono ou por desinteresse da maioria dos seus sócios fundadores, seja por motivo de mudança da cidade, seja por motivo de doença, falecimento e outros impedimentos quaisquer.
Os IIr.'. Aldo, Klinger e Mário Lúcio se dispuseram a ajudar, permanecendo durante todo esse período à disposição da entidade, colaborando de forma complementar com todas as atividades regulares, já que não podiam assumir cargos diretivos porquanto tal mister era de direito exclusivo dos sócios fundadores de acordo com o seu estatuto vigente.
Desnecessário seria dizer das dificuldades de participar de uma organização juridicamente regular, sem a competência legal para fazê-lo, mormente numa situação em que as pessoas de direito, por diversas razões foram se afastando do trabalho, deixando as obrigações de fato para serem assumidas por aqueles IIr.'. .

Foi nessa ocasião, em que diante da possibilidade de abandonar a instituição em mãos pouco comprometidas com a grande causa do Centro Comunitário, objeto das idealizações de seus fundadores, e que em nada diferem dos ideais maçônicos, os IIr.'. Aldo, Klinger e Mário Lúcio aventaram a alternativa da implantação de um instituto maçônico capaz de dar suporte permanente a uma instituição, que pelo desprendimento e até sacrifício pessoal por parte de alguns, não merecia sucumbir, envolta no emaranhado das circunstâncias.

A IDÉIA EM AÇÃOO projeto nasceu da idéia de se criar uma Loja Maçônica para administrar o Centro Comunitário Alpha e Omega, instituição fundada no início da década de 80.
A opção por um trabalho na área da ação social atraiu os primeiros irmãos, os quais vieram a ser seus fundadores e que se comprometeram com os ideais de sua fundação. Esses IIr.'. enxergaram nesse trabalho uma forma de proporcionar oportunidades e melhores condições de inclusão social àqueles menos favorecidos, sobretudo na área da educação, cultura e informação, buscando valorizar a máxima do filósofo Lao Tse que recomenda a seguinte e conhecidíssima formula para uma educação definitiva:

”Dê um peixe a um homem e o alimentará por um dia”.
“Ensine-o a pescar e o alimentará pelo resto da vida”.


Fundadores


Aldo Borges de Freitas

Aluiz Francisco de Souza
Amintas Araújo Xavier
André Luiz Borges
Ângelo Contino
Antonio Farah
Antonio Rony Henriques ( In Memória )
Arlindo de Melo Filho
Custódio Dias de Oliveira
Edson Divino de Queiroz
Edson Alves ( In Memória )
Erecri Humberto de Queiroz
Eurípides Martins da Costa
Hermilon Miranda Mota
Hiran Soresini Filgueiras ( In Memória )
Irineo de Paula Waismann
José Antonio de Souza Alves
José Rubens Buiatti
Juarez Antonio Dias
Julio da Costa Mauro
Klinger Porfírio Alves
Marco Aurélio dos Santos Barros
Marcos Aurélio Ferreira P. Silva
Mário Lúcio Salum ( In Memória )
Mauro de Souza
Ramon Tadeu Carvalho Bucci
Ricardo Ochoa de Oliveira
Sílvio Rosa Junior