No dia 11 de Agosto de 2020 o Irmão 2º. Vigilante Marcos Ferreira Vasconcelos, coordenou uma reunião virtual onde participaram Irmãos do quadro da Loja em especial os Aprendizes, com o objetivo de Estudo do Grau I . Na oportunidade o Irmão Mestre Isaías Ferreira dos Santos, que compõe a Comissão de Beneficência da Loja, apresentou o Trabalho sobre a Beneficência na Maçonaria.
IRMÃO ISAÍAS
MAÇONARIA E BENEFICÊNCIA
Segundo o dicionário, beneficência é a inclinação à prática
do bem.
É a ação de fazer bem a alguém.
O princípio da beneficência estabelece a obrigação moral de
agir em benefício dos outros.
São considerados sinônimos de beneficência: caridade,
filantropia e humanidade. Beneficência, filantropia ou caridade significam amor
à humanidade, ao contrário do amor a si próprio ou egoísmo.
Muitas pessoas se colocam contra o assistencialismo, que é
um tipo particular de beneficência, enfatizando que o correto é “ensinar a
pescar” e não simplesmente “dar o peixe”.
Acham o assistencialismo nocivo ao “dar o peixe”, pois
automaticamente é criada a dependência e redução da auto-estima.
Entretanto, é inegável que se uma pessoa está morrendo de
fome, torna-se necessário dar o alimento antes de cuidar do médio e longo
prazo.
Para estarem capacitadas a aprenderem a pescar, as
pessoas precisam antes de assistência, apoio, carinho e compaixão.
Se, por qualquer motivo, os ensinamentos não forem
devidamente absorvidos pelos alunos carentes, trata-se, em última análise, de
recursos desperdiçados.
Precisamos de ambas as posturas, pois parece ter uma
interdependência nestas iniciativas.
De um lado, para que as pessoas carentes possam ter
condições de absorver algum ensinamento é necessário que suas necessidades
básicas de alimentação estejam atendidas.
Por outro lado, o assistencialismo puro e simples,
sem preocupação de Capacitação das pessoas para superação daqueles problemas,
tende a perpetuar a dependência.
A BENEFICÊNCIA NA VISÃO DO CRISTO E DO CRISTIANISMO
Cristo recomendou fortemente a caridade e, mais que isso,
colocou-a como condição necessária para a felicidade futura. Nos ensinamentos de Cristo, a caridade é
muito mais que esmola ou assistência emergencial. Para ele, a verdadeira
caridade é aquela que realmente tira o outro da situação ruim em que se
encontra.
(Mateus 6.2 a 6.4) "Quando derem alguma coisa a
um pobre, nada de alarde, como fazem os fingidos, tocando trombeta nas
sinagogas e nas ruas para chamar a atenção para os seus atos de caridade.
Digo-vos com toda a seriedade: esses já receberam toda a recompensa que
poderiam ter. Mas quando fizerem um favor a alguém, façam-no em segredo, sem
dizerem à mão esquerda o que faz a direita. Vosso Pai, que conhece todos os
segredos, vos recompensará"
Na ética protestante, dava-se grande importância à
acumulação, mas se abominava a ostentação.
A riqueza, como resultado da dedicação ao trabalho,
não tinha outra razão de ser que não fosse para as obras de Deus e para ajudar
aqueles que necessitassem. Além disso, havia grande valorização da educação
para todos e se retirou o caráter pecaminoso da cobrança de juros.
Nesta nova ética do trabalho dizia-se que o sucesso
era o maior indício de predestinação à salvação e o pobre era suspeito de
preguiça, o que constituía uma injúria a Deus.
Como resultado, as nações protestantes tiveram
grande prosperidade no capitalismo e atingiram grandes riquezas, enquanto
várias nações católicas ficaram para trás.
A BENEFICÊNCIA NA VISÃO MAÇÔNICA
A Maçonaria é considerada como uma organização
filantrópica porque não visa a obtenção de lucro, ao contrário, suas
arrecadações e seus recursos se destinam à beneficência e à busca do bem-estar
do gênero humano.
No Tronco de Beneficência, ato litúrgico obrigatório
nas Sessões Maçônicas, são arrecadados óbolos para fins caritativos.
Originalmente ele foi criado na Igreja Católica pelo
Papa Inocêncio III como uma caixa nas entradas das igrejas cujo valor era
destinado aos pobres.
Nas antigas “guildas”, era costume recolher contribuições
dos que podiam ofertá-las, para socorrer os congregados, às viúvas, órfãos,
inválidos e servia até para defesa judicial dos membros.
Essa tradição passou à Maçonaria. Essa ajuda era praticada principalmente entre
os seus membros, pois muitos deles morriam jovens deixando desamparados viúvas
e filhos. Apenas no inicio do séc. XX, a Maçonaria brasileira começou a
competir com as Igrejas em matéria de caridade a Profanos.
Apesar da Maçonaria ser uma entidade filantrópica, não se
considera que ela exista apenas por causa da Solidariedade e da Beneficência.
Ao contrário, a solidariedade e a beneficência é que são
consequências do aperfeiçoamento do maçom, que “foi criado para as boas obras”,
numa visão possivelmente herdada do protestantismo.
O socorro aos necessitados faz parte dos juramentos e
compromissos de todo maçom.
Em outras palavras, a maçonaria considera a beneficência
como uma das principais virtudes que o homem deve praticar, mas a beneficência
não constitui a principal finalidade da Maçonaria, sendo apenas consequência
natural das doutrinas que ensina.
O objetivo principal de uma Loja Maçônica consiste no
aprimoramento moral e intelectual de seus Obreiros, em busca de realização da
"Grande Obra", que é a transformação de pessoas comuns em pessoas
espiritualizadas, com um estado superior de consciência e sentimentos nobres.
Há muitos séculos os Maçons se reúnem não com a finalidade
de exercer a caridade, mas para procurar a verdadeira luz. Para isso, a Ordem
busca de um lado facilitar a procura da Verdade e, do outro, ensinar o duro e
penoso trabalho do desbaste da Pedra Bruta.
CONCLUSÃO
A beneficência se depara com duas grandes alternativas:
“dar o peixe” ou “ensinar a pescar”.
Apesar da grande preferência pela segunda opção, é
necessário levar em conta o grau de subsistência dos beneficiários.
Se as pessoas realmente não tem o que comer, não há dúvida
da necessidade de primeiro “dar o peixe” e depois “ensinar a pescar”.
Para as pessoas que já estão se alimentando normalmente, o
melhor é oferecer alternativas de aperfeiçoamento e crescimento para que elas
possam evoluir.
A maior dificuldade é evitar o desperdício de recursos,
através do controle do direcionamento destes gastos, associado a alguma medida
da eficácia destas ações.
Jesus Cristo deu grande importância à caridade, colocando-a
em uma perspectiva muito mais ampla do que uma simples esmola. Para ele, a
verdadeira caridade é aquela que tira o outro da situação ruim em que se
encontra e nela está implícita a igualdade entre as pessoas, inexistindo
superioridade no doador.
A Maçonaria é uma instituição beneficente, pois não visa
lucro e procura ajudar o próximo.
Entretanto, seu principal objetivo consiste no aprimoramento moral e
intelectual de seus Obreiros, sendo a beneficência apenas uma consequência
natural das doutrinas que ensina.
No mundo, as Maçonarias americana e inglesa são as que mais
priorizam a filantropia, diferenciandose apenas nas suas fontes de recursos.
Enquanto a Maçonaria americana obtém seus recursos principalmente das
iniciações e elevações a graus superiores, na Maçonaria inglesa as principais
contribuições são feitas por uns poucos irmãos muito abastados.
Para saber como ajudar as pessoas, é necessário
conhecê-las, por isso são muito importantes as teorias a respeito das
necessidades internas insatisfeitas que orientam e determinam seus
comportamentos.
Existem vários estudos neste sentido, mas a conclusão mais
importante é que, após a superação da miséria absoluta, são as pessoas que
deveriam fazer suas próprias escolhas, ou seja, o foco deveria ser apenas na
criação de um ambiente saudável para as pessoas crescerem e terem sucesso.
O melhor seria aproveitar o nível cultural e a consciência
social dos Maçons para iniciativas culturais que realmente impactassem de forma
positiva na capacidade das pessoas buscarem suas próprias alternativas para
saírem daquelas situações indesejáveis.
Bibliografia: Manoel Tavares Santos
http://www.altosgraus.com/content/beneficencia-filantropia-e-caridade-na-maconaria
HOSPITALEIRO
HOSPITALEIRO
“Nome dado a um dos Oficiais de uma Loja Maçônica,
porque esse oficial é o encarregado não só da arrecadação dos óbulos por meio
de seu ”giro” litúrgico com formalidade, como também de atender aos
necessitados”.
“É o irmão oficial que têm o cargo e a
responsabilidade da distribuição dos fundos de caridade para o uso com os
necessitados”.
Compete ao Irmão Hospitaleiro - Comissão de Beneficência
-
Fazer circular o Tronco de Beneficência
-
Exercer pleno controle sobre o produto
arrecadado pelo Tronco de Beneficência, o qual se destina, exclusivamente, às
obras beneficentes da Loja:
-
Visitar os Obreiros e seus dependentes que
estejam enfermos, dando conhecimento à Loja, de seu estado e propor, se for o
caso, os auxílios que se fizerem necessários;
-
Propor a manutenção, alteração ou exclusão de
qualquer auxílio beneficente que estiver sendo fornecido pela Loja;
-
Manter sempre atualizados os registros de
controle da movimentação dos recursos do Tronco de Beneficência;
-
Apresentar à Loja, as prestações de contas
alusivas, conforme normas próprias;
-
Prestar esclarecimentos relacionados com suas
atividades;
-
Presidir a Comissão de Beneficência
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