quarta-feira, 31 de julho de 2019

ENTREGA DE DIPLOMA DE MESTRE PARA OS IRMÃOS ARLEY GUEDES E KARLAINE GUIMARÃES

Dia 30 de Julho de 2019 foi entregue Diplomas e medalhas de Mestre Maçom aos Irmãos Arley Guedes e Karlaine Guimarães . A entrega foi feita pelo Irmão Janieri Alves da Silva , Coordenador da 38º. Região do Grande Oriente do Brasil Minas Gerais, que representa o Grão Mestre Estadual Interino Altamiro Lourenço de Souza e pelos Padrinhos José Rubens Buiatti padrinho do Irmão Karlaine e Robson Marques padrinho do Irmão Arley . Parabéns aos dedicados Irmãos que receberam esse merecido diploma .





Fotos : Irmão Arthur Gouveia 

quarta-feira, 24 de julho de 2019

TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO EMERSON LUIZ TEIXEIRA


Dia 23 de Julho o  Irmão Emerson Luiz Teixeira apresentou o trabalho abaixo com participação na pesquisa do Segundo Vigilante Marcos F. Vasconcelos :




O SIGNIFICADO DO SILÊNCIO


A palavra silêncio é derivada do latim “silentiu” e significa interrupção de ruído ou estado de quem se cala.
Na Maçonaria, o silêncio tem um rico significado e é sobre este aspecto que nós o estudaremos.




I – ASPECTOS HISTÓRICOS DO SILÊNCIO

Desde as primeiras civilizações, notadamente as que tinham sociedades iniciáticas, o silêncio é um importante elemento cultural, imposto drasticamente para salvaguardar seus segredos.

Em quase todas, é representado por uma criança com o dedo sobre os lábios.


Constitui-se uma exceção, o antigo Egito, onde existia um "Deus" do silêncio, chamado Harpócrates, com a mesma posição já descrita.

Entre os magos e sacerdotes egípcios, os iniciados assumiam um estado de silêncio total, a fim de se manterem os segredos e incitá-los à meditação, regra que seria adotada por todas as sociedades iniciáticas posteriormente.

Buda, em 500 a.C., também valorizava o silêncio como condição para a contemplação.

Os Essênios tinham como principais símbolos um triângulo contendo uma orelha e outro contendo um olho, significando que a tudo viam e ouviam, mas não podiam falar, por não terem boca.

Dentre os mistérios gregos, encontramos o de Orfeu, que com a magia de seu canto e de sua música executada numa lira, silenciava a natureza e a tudo magnetizava.

Eurípides, no verso 470 de sua obra " Os Bacantes" diz que verdadeiros são os mistérios submetidos à lei do segredo. A palavra mistério deriva de "myein" que significa "boca fechada".

Pitágoras criou a escola Itálica e seus discípulos se distinguiam em 3 graus, sendo o 1º o "acústico", assim chamado porque era destinado aos aprendizes que só deviam ouvir e abster-se de manifestação.

Para os Talhadores de Pedras, o segredo e o silêncio sobre sua arte era uma questão de sobrevivência, constituindo-se inclusive num salvo-conduto.


Os monges da Ordem de Císter tinham como uma de suas principais regras o silêncio para a reflexão.

A G:. L:. U:. da Inglaterra adotou, após sua unificação, a legenda "AUDI, VIDE, TACE", ou seja, "Ouça, Veja, Cale".


Como pudemos perceber, temos inúmeros exemplos da importância do silêncio ao longo da história.



II – ASPECTOS CONSTITUCIONAIS

Os primeiros catecismos maçônicos do século XVIII diziam que os 3 pontos particulares que distinguiam o Maçom eram a Fraternidade, a Fidelidade e Ser Calado que representavam o amor, a ajuda e a verdade entre os Maçons.

As "Old Charges" ou Antigas Obrigações, pregavam o silêncio, a circunspeção e a compostura durante os trabalhos.

A constituição de Anderson pregava a prudência e o silêncio, notadamente em relação aos profanos.

Nos Landmarks de Mackey, o de nº. 23 se refere ao sigilo que o Maçom deve conservar sobre todos os conhecimentos que lhe são transmitidos e dos Trabalhos em Loja, sendo que as cartas constitutivas de todas as Obediências contêm referências com o mesmo sentido.



III – O ASPECTO SIMBÓLICO E FILOSÓFICO E A "LEI  DO SILÊNCIO"

A Lei do Silêncio nada mais é do que um perpétuo exercício do pensamento.

Calar não consiste somente em nada dizer, mas também em deixar de fazer qualquer reflexão dentro de si, quando se escuta alguém falar.

Não se deve confundir silêncio com mutismo. Segundo Aslan o primeiro é um prelúdio de abertura para a revelação, o segundo é o encerramento da mesma.

O silêncio envolve os grandes acontecimentos, o mutismo os esconde.

Um assinala o progresso, o outro a regressão.

Dizem as regras monásticas que o silêncio é uma grande cerimônia, pois Deus chega à alma que nela faz reinar o silêncio, mas torna mudo que se distrai em tagalerices.


Os mistérios na Maçonaria devem ser velados em silêncio, pois em relação ao mundo profano nossos segredos existem com o objetivo de não poluí-los pelos que não se encontram preparados para entendê-los, e nada mais perigoso do que a verdade mal compreendida.

Somente o homem capaz de guardar o silêncio será disciplinado em todos os outros aspectos de seu ser, e assim poderá se entregar à meditação.

Enfim, o silêncio é a virtude maçônica que desenvolve a discrição, corrige os defeitos, permite usar a prudência e a tolerância em relação aos defeitos e faltas dos semelhantes.

Para encerrar, os Maçons se reúnem em Templos, e "O Templo
representa a fortaleza da paz e do silêncio". (Isaías, cap. 30 v. 15).

Imagens da Internet

http://www.construtoresdavirtude.com.br/pag_significado_silencio.htm


Prof . Gabriel Campos – Oriente de Divinópolis.






segunda-feira, 22 de julho de 2019

TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO IRINEO DE PAULA WAISMANN



Dia 02 de Julho, o Irmão Irineo de Paula Waismann apresentou o trabalho abaixo :


IRMÃO IRINEO DE PAULA WAISMANN





SUPERIORES E INFERIORES





9. A autoridade, assim como a fortuna, é uma delegação, de que se pedirá contas a quem dela foi investido. Não creiais que ela seja dada para vos proporcionar o fútil prazer de mandar, tampouco, segundo acredita falsamente a maior parte dos poderosos da Terra, como um direito ou uma propriedade. Deus, entretanto, tem demonstrado suficientemente que ela não é uma coisa nem outra, já que Ele a retira quando bem lhe apraz. 

Se fosse um privilégio inerente à pessoa que a exerce, seria inalienável. 
Ninguém pode, então, dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem o seu consentimento. Deus dá a autoridade a título de missão ou de prova, conforme lhe convém, e a retira do mesmo modo. Quem quer que seja depositário da autoridade, independente da extensão que esta seja, desde o senhor sobre o seu escravo até a do soberano sobre o povo, não deve esquecer-se de que é um encarregado de almas, e responderá pela boa ou má orientação que der aos seus subordinados, bem como as faltas que estes poderão cometer, os vícios aos quais serão arrastados, em consequência dessa orientação ou de maus exemplos recebidos. Da mesma maneira, recolherá os frutos da sua solicitude, por conduzi-los ao bem. Todo homem, na Terra, tem uma missão – pequena ou grande. Qualquer que seja, sempre lhe é dada para o bem. Desviá-la, pois, no seu sentido, é fracassar no seu cumprimento. Se Deus pergunta ao rico: O que fizestes da fortuna que deveria ser, em tuas mãos, uma fonte perene de fecundidade em seu redor? Igualmente perguntará àquele que possui alguma autoridade: Que uso fizeste dessa autoridade? Que males impediste? Que progressos impulsionastes? Se te dei subordinados, não foi para torná-los escravos de tua vontade, nem instrumentos dóceis para teus caprichos e da tua cupidez.
Eu te fiz forte e te confiei os fracos, para sustentá-los e ajudá-los a subir até mim. O superior que guardou as palavras do Cristo não despreza nenhum dos seus subordinados, porque sabe que as diferenças sociais não subsistem diante de Deus. O Espiritismo lhe ensina que, se eles hoje lhe obedecem, já podem tê-lo dirigido, ou poderão dirigi-lo mais tarde, e que então será tratado como os tratou. Se o superior tem deveres a cumprir, o inferior também os tem por sua vez, e não são menos sagrados. Se este último for espírita, a sua consciência lhe dirá, ainda mais fortemente, que não está dispensado de cumpri-los, - 243 - Capítulo XVII mesmo que o seu chefe não cumpra os dele, pois sabe que não se deve pagar o mal com o mal, e que as faltas de uns não autorizam as faltas dos outros. Se ele sofre com a sua posição, dirá que sem dúvida o mereceu, pois ele mesmo, talvez tenha abusado outrora da sua autoridade, e deve sentir, por sua vez, os inconvenientes que fez os outros sofrerem. Se ele for obrigado a suportar essa posição, por falta de outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se a isso, como uma prova para a sua humildade, necessária ao seu progresso. Sua crença o guia em sua conduta: ele age como gostaria que seus subordinados agissem com ele, caso fosse o chefe. Por isso mesmo, é mais escrupuloso no cumprimento de suas obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe foi confiado será um prejuízo para aquele que o remunera, e a quem deve o seu tempo e as suas preocupações. Em suma, ele é guiado pelo sentimento do dever que a sua fé lhe inspira, e a certeza de que todo desvio do caminho reto será uma dívida, que deverá pagar cedo ou tarde.

François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot – Paris, 1863
Trabalho retirado do Evangelho Segundo o Espiritismo ( Allan Kardec) Tradução de Salvador Gentile.


Irineo de Paula Waismann
Loja Maçônica Alpha e Ômega  3.402
Uberlândia - MG


TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO LINDOMAR FURNIEL


 No dia 25 de Junho, o Irmão Lindomar Ap. Furniel de Oliveira apresentou o trabalho abaixo :

IRMÃO LINDOMAR FURNIEL


MAÇONARIA  E ORDEM ROSA-CRUZ



O rosacrucianismo, assim como a Maçonaria, é um sincretismo de diversas correntes filosóficas-religiosas: hermetismo egípcio, cabalismo judaico, gnosticismo cristão, alquimia etc. A Ordem Rosacruz Amorc tem uma longa história , que data de muitos séculos atrás. Esta história pode ser dividida em duas partes : a história tradicional e a história cronológica. Tradicionalmente , a Ordem Rosacruz extrai sua inspiração das antigas Escolas de Mistério egípcias organizadas pelo Faraó Tutmés III , da XVIII dinastia , 1503 a.C., que tentavam sistematicamente estudar a natureza do homem e sua relação com o Ser Cósmico. Na verdade, Tutmés III fundou mais do que uma escola e sim uma Ordem Iniciática. 

A origem tradicional remonta mais especificamente ao reinado do Faraó Akhenaton IV, que tentou estabelecer uma religião monoteísta no Egito e o ano de referência da Ordem é 1353 a.C. A primeira menção cronológica da ordem data de 1614, quando surgiu os famosos Manifestos intitulados “Fama Fraternitatis”, Confessio Fraternitatis e núpcias Alquìmicas de Christian RosenKreuztz na França e na Alemanha.


Existe ligação entre a Maçonaria e os rosacruzes e essa ligação começou já na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade Moderna, com inicio da decadência das corporações operativas (englobadas sob rótulo de maçonaria de Ofício ou operativa), estas começaram, paulatinamente, a aceitar elementos estranhos à arte de construir, admitindo, inicialmente, filósofos, hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assemelhava-se à dos francos-maçons. Como a Ordem Rosa-cruz estava impregnada pelos alquimistas, como já vimos,  daí a ligação do rosacrucianismo e da alquimia com a Maçonaria. Leve-se em consideração, também, que durante o governo de José II, imperador da Alemanha de 1765 a 1790, e co-regente dos domínios hereditários da Casa d’Áustria, houve um grande incremento da Ordem Rosa-cruz e sua comunidade, atingindo até a Corte e fazendo com que o imperador proibisse todas as sociedades secretas, abrindo, apenas, exceção aos maçons o que fez com que muitos rosacruzes procurassem as lojas.


Ambas as Ordens são medievais, se for considerado o maior incremento da Maçonaria de Ofício durante a Idade Média e o início de sua transformação em Maçonaria dos Aceitos.

A maçonaria é uma ordem totalmente templária, ou seja, os ensinamentos só ocorrem dentro das lojas. Já a Antiga e Mística Ordem Rosa-Cruz - AMORC dá ao estudante o livre arbítrio de estudar em casa ou em um templo Rosa-cruz. O estudo em casa é acompanhado à distância, e assim como a maçonaria, é composto de vários graus, que vão do neófito (iniciante) ao 12º grau, conhecido como grau do ARTESÃO.
O estudo no templo, mesmo não sendo obrigatório, proporciona ao estudante além do contato social como os demais integrantes, a possibilidade de participar de experimentos místicos em grupo, e poder discutir com os presentes os resultados, e por último, a reunião templária fortalece a egrégora da organização, o que também ocorre na maçonaria.

Da Regeneração e Imortalidade a Reformador Social.

A partir da metade do século XVIII e, principalmente, depois de José II, com a maciça entrada dos rosacruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de uma maneira geral, separar Maçonaria e rosacrucianismo, tendo, a instituição maçônica, incorporado, aos seus vários ritos, o símbolo máximo dos rosacruzes: ao 18º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao 7º grau do Rito Moderno, ao 12º grau do Rito Adoniramita , ao 18º grau do nosso Rito Brasileiro.

O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavalheiresco e se constitui no 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. A sua origem hermetista e a sua integração na Maçonaria, durante a Segunda metade do século XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos, que redigiram naquela época os rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao Grau 18 é perceptível no símbolo do grau, que tem uma Rosa sobreposta à Cruz, representando esta, o sacrifício e a Rosa o segredo da imortalidade, que nada mais é do que o esoterismo cristão, com a ressurreição de Jesus Cristo, ou seja, a tipificação da transcendência da Grande Obra.


A Maçonaria também incorporou, em larga escala, o simbolismo dos rosacruzes, herdeiros dos alquimistas, modificando, um pouco, o seu significado e reduzindo-o a termos mais reais. Assim, o segredo da imortalidade da alma e do espírito humano, enquanto é aceito o princípio da regeneração só pode ocorrer através do aperfeiçoamento contínuo do homem e através da constante investigação da Verdade. O misticismo dos símbolos rosacruzes, todavia, foi mantido, pois embora a Maçonaria não seja uma ordem mística, ela, para divulgar, a sua mensagem de reformadora social, utiliza-se do misticismo de diversas civilizações e de várias correntes filosóficas, ocultistas e metafísicas.

As Iniciações.

Uma singularidade entre a AMORC e a Maçonaria, são as iniciações nos seus respectivos graus, sendo que para ambas, a primeira é a mais marcante. No caso da Maçonaria a iniciação é ao grau de Aprendiz, e da AMORC, a admissão ao 1º grau de templo. As iniciações têm o mesmo objetivo, impressionar o iniciante, levá-lo à reflexão, para que ele decida naquele momento se deve ou não seguir adiante, e se o fizer, assumir o compromisso de manter velado todos os símbolos, usos e costumes da instituição de que fará parte.

O Simbolismo

Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela disposição dos mestres com cargos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem do Sol pela Terra, do Oriente ao Ocidente.
Cada ponto cardeal é ocupado por um membro. A figura do Venerável Mestre na maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem Rosa-cruz, na figura de um Mestre Instalado, que ocupa seu lugar no leste. A linha imaginária que vai do altar dos juramentos ao Painel do Grau, e a caminhada somente no sentido horário, também é similar. Em ambos os casos o templo é pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo Ocidente.

O altar dos juramentos encontra semelhança no Shekinah na ordem Rosa Cruz, sendo que neste último não se usa a bíblia ou outro livro, mas sim 3 velas dispostas de forma triangular, que são acesas no início do ritual e apagadas ao final deste, simbolizando a luz, a Vida e o Amor.

Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao adentrarem o templo, enquanto que os oficiais, (equivalente aos mestres com cargo), usam paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no ritual. O avental usado pelos membros não diferencia o grau de estudo. Algumas das diferenças ficam por conta da condução do ritual, onde na rosa cruz tem caráter místico-filosófico.


Os iniciantes na Ordem Rosa Cruz recebem seus estudos em um templo separado, anexo ao templo principal (Pronaos), enquanto os aprendizes maçons recebem suas instruções juntamente com os demais irmãos e, finalmente, o formato físico da loja maçônica lembra as construções greco-romanas, enquanto que a Ordem Rosa Cruz (AMORC) lembra as construções egípcias.

 Imagens da Internet

Site de Pesquisa :

liberdadeeamorcassia.mvu.com.br
super.abril.com/Rosacruz
Livreto Domínio da Vida




TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO MARCOS FERREIRA VASCONCELOS

No dia 18 de Junho , primeira sessão ordinária da gestão 2019/2021, o Irmão 2º. Vigilante Marcos Ferrreira Vasconcelos apresentou o trabalho abaixo :



PADRINHO NA MAÇONARIA

Significado – Obrigações


IRMÃO MARCOS

Meus Irmãos,

Quando eu me propus a pesquisar e escrever sobre o assunto, tinha como objetivo inicial tratar do tema de forma que pudesse esclarecer as minhas dúvidas, observações e questionamentos, se assim posso classificar o que me acometia.

Nesses 8 anos de iniciado na Ordem Maçônica, posso afirmar que já vi e acompanhei muitas iniciações de novos Irmãos e sempre me emociono com as reações, presenciadas me remetendo ao dia 14/05/2011, minha iniciação.
Enquanto profano, ouvi muitas vezes a afirmação de que para entrar na Maçonaria não basta o profano “querer”, ele precisa “ser escolhido”; indicado por um Maçom antigo.
Pois bem, antes mesmo de ter desvendado o mistério de que em alguns grupos de amigos aos quais eu pertenço, sem saber e sem desconfiar, eu já convivia com Maçons. Tive a oportunidade de acompanhar alguns trabalhos assistenciais como coleta de agasalhos, donativos, de participar de alguns jantares, festas juninas e outros eventos festivos.
Mas o que mais me chamou a atenção foi em um momento de muita dor em família e que viemos a necessitar de ajuda para conseguir equipamentos hospitalares, cama, colchão de ovos. Naquele momento, me bastou a ligação para um amigo que hoje chamo de Irmão, e em poucos minutos estava tudo ali na minha frente. Como que em um piscar de olhos o que parecia muito difícil, estava resolvido. Aquilo mexeu muito comigo e eu pensei, um dia se tiver oportunidade e se eu for convidado eu gostaria muito e participar deste grupo.
Quis o destino que depois de quase 10 anos eu tivesse a honra de receber o convite para entrar na Maçonaria. Confesso aos irmãos que, tremi e senti algo muito forte, muitas emoções e expectativas foram aflorando desde o convite, preenchimento da ficha, visitas de Maçons, me fazendo um monte de perguntas, apresentação de documentos, ligações vindas de amigos de muitos anos (hoje meus Irmãos), me desejando boas vindas e eu meio sem saber como poderiam estar sabendo, se era tudo sigiloso. Até que veio a informação da data da iniciação e que teve seu ápice no momento em que recebi a Luz.
Nada disto teria acontecido, se em algum momento um Irmão, não tivesse a convicção de que poderia me apresentar como candidato e que a partir daquele momento ele passaria a ser meu Padrinho. Ao qual serei eternamente grato pela oportunidade de estar aqui hoje entre Irmãos.


Fiz este breve relato para agora poder falar sobre o tema proposto PADRINHO.

Definição (Google)
Padrinho: substantivo masculino
Homem que apresenta alguém (ger. criança) para o batismo
ou crisma, com o compromisso implícito de provê-la do necessário na falta dos pais; dindo, dindinho.

Em casamento religioso ou civil, homem escolhido por um dos noivos ou pelo casal para acompanhar, testemunhar e/ou abençoar a união; testemunha.

Origem
ETIM lat.vulg. patrīnus

Citação no Blog – Padre Paulo Ricardo.

“Os padrinhos são muito mais que uma posição social; são pais segundo Deus, pois no batismo morre o "homem velho" e nasce o "homem novo"”.





Bem Meus Irmãos,
Agora começo a fazer algumas perguntas que, provavelmente de imediato podem parecer absurdas, mas que talvez não seja do conhecimento dos Irmãos Aprendizes, Companheiros e que tenha passado desapercebido até mesmo para Irmãos Mestres.

1) - Todo Maçom pode apresentar um candidato à loja? Ser Padrinho?
- Não. Para poder apresentar um candidato o Irmão deve:
* Ser Mestre Maçom;
* Estar regular com obrigações da loja;
* Ser frequente às seções com no mínimo 50% das seções dos últimos 12 meses;
* Atender todos os aspectos legais contidos no Regimento Interno da Loja, conforme capítulo IV, Artigos 11, 12, 13, 14.
Par não ficar extenso, não vou ler todos os artigos, sugiro leitura páginas 07; 08 e 09.

2) - Quais os critérios para apresentar um candidato?
Esta pergunta é muito ampla e entendo que não exista um check-list, mas o irmão que esteja apto e tenha a intenção de apresentar um candidato, deverá encontrar respostas, para os temas abordados a seguir.
Como um ponto de partida, para que se possa avaliar se o profano que se julga ter as condições para ser indicado realmente se encaixa no perfil desejado para a perpetuação dos princípios da Ordem Maçônica. Deve o Padrinho:
- Ter pleno conhecimento do candidato, do seu cotidiano nas esferas, pessoal, profissional, familiar.
- Imaginar o candidato em Loja, no convívio entre os demais Irmãos e olhando do Ocidente, vendo o candidato como seu Venerável Mestre. Dirigindo os trabalhos e tomando decisões: Imaginar se ele tem condições reais para isso.
- Ter certeza de que o candidato está apto e em condições de assumir com frequência aos trabalhos da loja, assim como todas as despesas não só da iniciação, mas de todas as custas mensais, deixando claro o dia e periodicidade em que são realizadas as seções e ter certeza de que os compromissos pessoais e profissionais não irão interferir na frequência e no cumprimento pecuniário do candidato junto à loja e vice-versa.
- Se o candidato for casado, necessário saber se a esposa assim como seus filhos se tiver, possuem algum conhecimento sobre a indicação do mesmo, o que pensam e se são favoráveis à participação do candidato na Maçonaria.

3) - Quais são as responsabilidades do Padrinho?
- Ser exemplo, porque dele depende o comportamento do seu afilhado, é responsável por acompanhar o mesmo em sua jornada em loja, respondendo por seu afilhado até que o mesmo alcance a maioridade Maçônica – chegue ao Grau de Mestre.
- Deve parecer para seu afilhado como sendo o Mestre dos Mestres, deve ser um “Pai”, um grande amigo, um confidente conselheiro. Procurando ilumina-lo de forma que seus passos na conquista dos graus sejam alcançados exclusivamente por méritos.
Logo, ao Padrinho compete dar o bom exemplo para seu afilhado, inclusive, cumprindo rigorosamente com suas obrigações pecuniárias junto à Ordem.
- Deve procurar seu afilhado, quando este se encontre inadimplente com a loja, pois quando o padrinho apresentou o nome do seu proposto, afirmou categoricamente mediante documento assinado, que o mesmo está em condições de responder pela idoneidade moral e financeira do candidato.
- Tem o dever de no dia da Iniciação, conduzir seu afilhado até o local onde será iniciado. Depois de iniciado dotar o neófito das condições básicas para que ele possa se desenvolver com satisfação e entusiasmo.
- Deve orientar o afilhado na parte ritualística, esclarecendo dúvidas referente ao grau em que o mesmo esteja. Incentivando ao estudo e na busca de evolução Maçônica.
- Deve capacitar o seu afilhado no uso da sabedoria, ensinando-o a exercitar a paciência, e ficar observando de forma contínua todos os procedimentos, ritualísticos ou não.
- Deve acompanhar e incentivar o afilhado em visitações a outras lojas e conhecimento das diferenças entre os diversos ritos hoje praticados, esclarecendo as diferenças entre as potências Maçônicas e fortalecendo os conceitos Universais que permitem que a Maçonaria seja uma Instituição Milenar e Universal.
- Fortalecer o entusiasmo e o dinamismo do seu afilhado, levando-o ao deslumbramento da iniciação, explicando de forma inteligível todo o processo iniciático, inclusive, mostrando que o simbolismo da iniciação está exatamente na morte do homem profano para que nasça o Maçom.
Com isto deve o Padrinho exaltar toda a magnitude da Maçonaria como instituição, como elemento agregador e fortalecedor de nossos pensamentos, deixando o afilhado apto e vigoroso para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos, os quais, na sua maioria, são trazidos por falsos Maçons, imbuídos de vaidades e com imposição de idéias desagregadoras.
Na maioria das vezes, o Padrinho só é lembrado no momento da iniciação de um profano. No entanto, o Padrinho deve se fazer presente e nunca ser esquecido, porque ele desempenha papel fundamental na formação filosófica do afilhado.

Reflexão:
Ao pensar em indicar um candidato, devemos refletir sobre todos os pontos abordados e ter certeza de que o candidato esteja em condições de fazer parte da Grande Família Maçônica. Que o mesmo se enquadra aos princípios da Ordem.
Na dúvida devemos relembrar de alguns princípios Gerais da Maçonaria e dos Postulados Universais da Instituição – (Constituição do Grande Oriente do Brasil). Cito Art 1º com alguns itens do parágrafo único.
Cito apenas alguns parágrafos, mas para esclarecimento, recomendo a leitura da página 07,08,09.
Art 1º - A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressiva e evolucionista, cujos fins supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Parágrafo Único: Além de buscar atingir esses fins, a Maçonaria:
I- proclama a prevalência do espírito sobre a matéria;
II- pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.
III- proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um.
VI– considera Irmãos todos os Maçons, quaisquer que sejam suas raças, nacionalidades, convicções ou crenças;
XI – defende que nenhum Maçon seja obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei;
XIV – combate a ignorância, a superstição e a tirania.

Meus Irmãos,
O tema que acreditei de início ser de fácil abordagem e resumo, é muito extenso, e complexo. E para o qual todos nós devemos estar atentos, prevalecendo sempre o cumprimento das leis, e a certeza de que estamos trabalhando para o a lapidação de nossa pedra bruta e garantindo que a Maçonaria esteja recebendo novos membros capazes de dar continuidade ao trabalho até aqui produzido por nossos antecessores e que ao olharmos para frente, os frutos produzidos por nós e todos os nossos afilhados sejam pautados nas leis gerais que constituem nossa ordem, promovendo:
Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Um Triplice e Fraternal Abraço a todos os Valorosos Irmãos.


 Imagens da Internet


Marcos Ferreira Vasconcelos  - Cim: 267095
Membro da Aug.`. Resp.´. Loj.´. Simb.´. Apha e Ômega nº 3.402.
Oriente Uberlândia – MG.

Fonte Pesquisa : Constituição do Grande Oriente do Brasil / Regimento Interno – Alpha e Ômega / 
Blog – Padre Paulo Ricardo / Texto recebido sobre o tema que não mencionada origem.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO ARTHUR GOUVEIA

O CAMINHO PARA PERFEIÇÃO


IRMÃO ARTHUR GOUVEIA



No telhamento de recepção de visitantes, a resposta à pergunta “O que vindes aqui fazer?” é a
seguinte: “Vencer minhas paixões, submeter minha a vontade e fazer novos progressos na Maç.ॱ.”.
Aqui quero destacar a palavra “progressos”.
No ritual do Rito Brasileiro, na parte III – Instrução do Grau, a pergunta “O que é Maçonaria?”aparece mais de uma vez. No Capítulo 1 – Iniciação Recapitulada, a resposta se inicia com “Uma instituição que tem como objetivo tornar feliz a Humanidade, aperfeiçoando, pelo amor, os costumes; pela tolerância, a razão, e pelo dever, o caráter. (...)”. Já no capítulo 5 – A Doutrina do Grau a resposta à mesma pergunta é “É associação de âmbito universal, que  propugna melhorar a Humanidade pelo aperfeiçoamento moral, social e intelectual do homem, sem distinção de raça, crença ou nacionalidade”. A palavra-chave aqui é “aperfeiçoamento”.
A busca da Maçonaria pelo aperfeiçoamento e pelo progresso é tão forte que um dos primeiros atos do neófito após a investidura, antes mesmo de ser proclamado Aprendiz Maçom, é trabalhar na P.ॱ.B.ॱ.. E este trabalho – utilizando o maço e o cinzel – é, talvez, o maior símbolo maçônico da busca pelo aprimoramento.

Aqui gostaria de fazer um exercício de lógica. Como a busca pelo aperfeiçoamento e pelo progresso é o que define a Maçonaria, se essa busca se encerrar a Maçonaria deixa de existir. Portanto, se a busca pelo aprimoramento não pode ser interrompida e deve ser constante, se devemos sempre buscar sermos pessoas melhores e melhorar a humanidade, em última instância a Maçonaria almeja a perfeição! Almeja o estado utópico onde não há mais espaço para aprimoramentos, onde não mais é possível melhorar. Assim sendo, o objetivo máximo da Maçonaria é alcançar a perfeição da Humanidade.
A pedra polida, sem rugosidades, sem porosidades, suave ao toque, pode ser entendida como um símbolo da perfeição buscada pelo Maçom. Porém quando o Maçom pode considerar-se perfeito?
Quando podemos dizer que finalmente está tudo justo e perfeito? Qual o caminho a trilhar
buscando a perfeição?
Para alguns, esse caminho envolve a evolução física em busca da vida perfeita. Saúde e beleza do corpo físico, limpeza e pureza dos ambientes residencial e profissional, condição financeira
suficiente para suprir as necessidades básicas e eventuais luxos, condição intelectual suficiente para se comunicar e conviver com qualquer um em qualquer situação. Para outros, trata-se da evolução moral e espiritual. O coração puro cheio de amor, generosidade, caridade, fraternidade, uma ligação constante com o Supremo e uma fé inabalável, uma capacidade ética irrepreensível, valores evirtudes admiráveis. Ou, idealmente, a combinação de tudo isso! Para  estas pessoas, esse seria o caminho da perfeição.
Alguns Maçons, na busca pelo aprimoramento almejando a perfeição, ocupam diversos cargos em loja, visitam várias lojas de diferentes ritos em diversos orientes, estudam graus mais elevados e, como consequência disso, recebem homenagens, comendas e medalhas.
Porém, olhando para essa breve lista que nada tem de inesgotável, a trilha para a perfeição parece complexa e o fardo, pesado. É preciso agregar cada vez mais, ser cada vez “maior” para ser melhor. É preciso ser mais saudável, é preciso ser sábio, mais caridoso, mas valoroso, mais experiente, mais, mais, mais...
Mas existem duas formas de transformar a P.ॱ.B.ॱ. em P.ॱ.P.ॱ.: uma, através da eliminação de

saliências e protuberâncias ou outra, através do preenchimento das depressões e furos. Dentro da Maçonaria aprendemos que o trabalho na P.ॱ.B.ॱ. é realizado desbastando com o Maço e o Cinzel e não agregando com argamassa e trolha.
Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) foi escritor, ilustrador e piloto francês. Ficou conhecido por ilustrar e escrever o livro "O Pequeno Príncipe", um clássico da literatura, publicado em 1943. É de sua autoria a seguinte frase: “A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído, mas sim quando não há mais nada a ser retirado.”
Bruce Lee (1940-1973), artista, ator, lutador de artes marciais, filósofo e cineasta disse certa vez: “Não é o aumento diário, mas a diminuição diária. Corte fora o não essencial”
Portanto, meus IIr.ॱ., a busca pela perfeição não deve passar pela inclusão, pelo aumento e sim pela eliminação e diminuição. Não passa melo “mais”, e sim pelo “menos”. Não está fora, em um lugar distante, inacessível ou inalcançável; está dentro. O Maçom, no seu caminho de aprimoramento constante, deve estar sempre munido com o Maço e o Cinzel para eliminar os excessos, aquilo que não é necessário, remover tudo o que não importa.
E o que importa não são os títulos e comendas, mas a experiência adquirida; não são os louros do reconhecimento, mas o trabalho realizado; não é a quantidade de amigos que se têm, mas a
qualidade dessas amizades.
Quero deixar claro que essa busca pela perfeição através da eliminação e da simplificação não quer dizer uma vida franciscana ignorando ou refutando as modernidades e facilidades existentes nos dias atuais. Essa eliminação, esse desbaste dos excessos é uma busca incessante pelo cerne, pelo núcleo central, pela razão primordial.
É claro que um Maçom pode, como exemplo, querer visitar o maior número de lojas possível, mas o desbaste da P.ॱ.B.ॱ. está na total compreensão das razões de tais visitas. Essas razões deveriam ser o mais simples e puras, alijadas de qualquer vaidade ou sentimento de comparação. Obviamente um Maçom pode almejar cargos e graus mais elevados, mas sempre eliminando aquilo que não é essencial nessa busca.
Concluindo, meus IIr.ॱ., ser Maçom é buscar o aprimoramento e o progresso incessantemente,
mas essa busca deve ser feita com o Maço e o Cinzel, não com argamassa e trolha. A P.ॱ.B.ॱ. sendo desbastada é um símbolo extremamente forte e muito poderoso! A P.ॱ.C.ॱ., que representa a perfeição, está dentro da P.ॱ.B.ॱ. e não fora. O Maçom justo e perfeito está dentro de cada Ir.ॱ.. 

Para encontrá-lo é necessário olhar para dentro de si, para o que já está ali, adormecido ou soterrado sob
os nossos vícios. A busca do aprimoramento não deve ser feita olhando para fora, para os outros, para o mundo externo; deve ser feita olhando para dentro, para si mesmo.
Eliminemos aquilo que não é necessário, buscando a nossa essência. Esse é o caminho para a perfeição.



Arthur Gouveia – CIM 269024
A.ॱ.R.ॱ.L.ॱ.S.ॱ. Alfa e Ômega - Or.ॱ. de Uberlândia MG
16 de Julho de 2017


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