IRMÃO LINDOMAR FURNIEL
MAÇONARIA E ORDEM ROSA-CRUZ
O rosacrucianismo, assim como a Maçonaria, é um sincretismo de diversas
correntes filosóficas-religiosas: hermetismo egípcio, cabalismo judaico,
gnosticismo cristão, alquimia etc. A Ordem Rosacruz Amorc tem uma longa história
, que data de muitos séculos atrás. Esta história pode ser dividida em duas
partes : a história tradicional e a história cronológica. Tradicionalmente , a
Ordem Rosacruz extrai sua inspiração das antigas Escolas de Mistério egípcias
organizadas pelo Faraó Tutmés III , da XVIII dinastia , 1503 a.C., que tentavam
sistematicamente estudar a natureza do homem e sua relação com o Ser Cósmico.
Na verdade, Tutmés III fundou mais do que uma escola e sim uma Ordem
Iniciática.
A origem tradicional remonta mais especificamente ao reinado do
Faraó Akhenaton IV, que tentou estabelecer uma religião monoteísta no Egito e o
ano de referência da Ordem é 1353 a.C. A primeira menção cronológica da ordem
data de 1614, quando surgiu os famosos Manifestos intitulados “Fama
Fraternitatis”, Confessio Fraternitatis e núpcias Alquìmicas de Christian
RosenKreuztz na França e na Alemanha.
Existe ligação entre a Maçonaria e os rosacruzes e essa ligação começou
já na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade Moderna, com
inicio da decadência das corporações operativas (englobadas sob rótulo de
maçonaria de Ofício ou operativa), estas começaram, paulatinamente, a aceitar
elementos estranhos à arte de construir, admitindo, inicialmente, filósofos,
hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assemelhava-se à dos
francos-maçons. Como a Ordem Rosa-cruz estava impregnada pelos alquimistas,
como já vimos, daí a ligação do
rosacrucianismo e da alquimia com a Maçonaria. Leve-se em consideração, também,
que durante o governo de José II, imperador da Alemanha de 1765 a 1790, e
co-regente dos domínios hereditários da Casa d’Áustria, houve um grande
incremento da Ordem Rosa-cruz e sua comunidade, atingindo até a Corte e fazendo
com que o imperador proibisse todas as sociedades secretas, abrindo, apenas,
exceção aos maçons o que fez com que muitos rosacruzes procurassem as lojas.
Ambas as Ordens são medievais, se for considerado o maior incremento da
Maçonaria de Ofício durante a Idade Média e o início de sua transformação em
Maçonaria dos Aceitos.
A maçonaria é uma ordem totalmente templária, ou seja, os ensinamentos
só ocorrem dentro das lojas. Já a Antiga e Mística Ordem Rosa-Cruz - AMORC dá
ao estudante o livre arbítrio de estudar em casa ou em um templo Rosa-cruz. O
estudo em casa é acompanhado à distância, e assim como a maçonaria, é composto
de vários graus, que vão do neófito (iniciante) ao 12º grau, conhecido como
grau do ARTESÃO.
O estudo no templo, mesmo não sendo obrigatório, proporciona ao
estudante além do contato social como os demais integrantes, a possibilidade de
participar de experimentos místicos em grupo, e poder discutir com os presentes
os resultados, e por último, a reunião templária fortalece a egrégora da
organização, o que também ocorre na maçonaria.
Da Regeneração e Imortalidade a Reformador Social.
A partir da metade do século XVIII e, principalmente, depois de José II,
com a maciça entrada dos rosacruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de
uma maneira geral, separar Maçonaria e rosacrucianismo, tendo, a instituição
maçônica, incorporado, aos seus vários ritos, o símbolo máximo dos rosacruzes:
ao 18º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao 7º grau do Rito Moderno, ao 12º
grau do Rito Adoniramita , ao 18º grau do nosso Rito Brasileiro.
O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavalheiresco
e se constitui no 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. A sua origem
hermetista e a sua integração na Maçonaria, durante a Segunda metade do século
XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos, que redigiram naquela época os
rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao Grau 18 é perceptível no
símbolo do grau, que tem uma Rosa sobreposta à Cruz, representando esta, o
sacrifício e a Rosa o segredo da imortalidade, que nada mais é do que o
esoterismo cristão, com a ressurreição de Jesus Cristo, ou seja, a tipificação
da transcendência da Grande Obra.
A Maçonaria também incorporou, em larga escala, o simbolismo dos
rosacruzes, herdeiros dos alquimistas, modificando, um pouco, o seu significado
e reduzindo-o a termos mais reais. Assim, o segredo da imortalidade da alma e
do espírito humano, enquanto é aceito o princípio da regeneração só pode
ocorrer através do aperfeiçoamento contínuo do homem e através da constante
investigação da Verdade. O misticismo dos símbolos rosacruzes, todavia, foi
mantido, pois embora a Maçonaria não seja uma ordem mística, ela, para
divulgar, a sua mensagem de reformadora social, utiliza-se do misticismo de
diversas civilizações e de várias correntes filosóficas, ocultistas e
metafísicas.
As Iniciações.
Uma singularidade entre a AMORC e a Maçonaria, são as iniciações nos
seus respectivos graus, sendo que para ambas, a primeira é a mais marcante. No
caso da Maçonaria a iniciação é ao grau de Aprendiz, e da AMORC, a admissão ao
1º grau de templo. As iniciações têm o mesmo objetivo, impressionar o
iniciante, levá-lo à reflexão, para que ele decida naquele momento se deve ou
não seguir adiante, e se o fizer, assumir o compromisso de manter velado todos
os símbolos, usos e costumes da instituição de que fará parte.
O Simbolismo
Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela
disposição dos mestres com cargos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem
do Sol pela Terra, do Oriente ao Ocidente.
Cada ponto cardeal é ocupado por um membro. A figura do Venerável Mestre
na maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem
Rosa-cruz, na figura de um Mestre Instalado, que ocupa seu lugar no leste. A
linha imaginária que vai do altar dos juramentos ao Painel do Grau, e a
caminhada somente no sentido horário, também é similar. Em ambos os casos o
templo é pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo
Ocidente.
O altar dos juramentos encontra semelhança no Shekinah na ordem Rosa
Cruz, sendo que neste último não se usa a bíblia ou outro livro, mas sim 3
velas dispostas de forma triangular, que são acesas no início do ritual e
apagadas ao final deste, simbolizando a luz, a Vida e o Amor.
Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao
adentrarem o templo, enquanto que os oficiais, (equivalente aos mestres com
cargo), usam paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no
ritual. O avental usado pelos membros não diferencia o grau de estudo. Algumas
das diferenças ficam por conta da condução do ritual, onde na rosa cruz tem
caráter místico-filosófico.
Os iniciantes na Ordem Rosa Cruz recebem seus estudos em um templo
separado, anexo ao templo principal (Pronaos), enquanto os aprendizes maçons
recebem suas instruções juntamente com os demais irmãos e, finalmente, o
formato físico da loja maçônica lembra as construções greco-romanas, enquanto
que a Ordem Rosa Cruz (AMORC) lembra as construções egípcias.
Site de Pesquisa :
liberdadeeamorcassia.mvu.com.br
super.abril.com/Rosacruz
Livreto Domínio da Vida
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