Dia 02 de Julho, o Irmão Irineo de Paula Waismann apresentou o trabalho abaixo :
IRMÃO IRINEO DE PAULA WAISMANN
SUPERIORES E INFERIORES
9. A autoridade, assim como a fortuna, é uma
delegação, de que se pedirá contas a quem dela foi investido. Não creiais que
ela seja dada para vos proporcionar o fútil prazer de mandar, tampouco, segundo
acredita falsamente a maior parte dos poderosos da Terra, como um direito ou
uma propriedade. Deus, entretanto, tem demonstrado suficientemente que ela não
é uma coisa nem outra, já que Ele a retira quando bem lhe apraz.
Se fosse um
privilégio inerente à pessoa que a exerce, seria inalienável.
Ninguém pode,
então, dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem o seu
consentimento. Deus dá a autoridade a título de missão ou de prova, conforme
lhe convém, e a retira do mesmo modo. Quem quer que seja depositário da
autoridade, independente da extensão que esta seja, desde o senhor sobre o seu
escravo até a do soberano sobre o povo, não deve esquecer-se de que é um
encarregado de almas, e responderá pela boa ou má orientação que der aos seus
subordinados, bem como as faltas que estes poderão cometer, os vícios aos quais
serão arrastados, em consequência dessa orientação ou de maus exemplos
recebidos. Da mesma maneira, recolherá os frutos da sua solicitude, por
conduzi-los ao bem. Todo homem, na Terra, tem uma missão – pequena ou grande.
Qualquer que seja, sempre lhe é dada para o bem. Desviá-la, pois, no seu
sentido, é fracassar no seu cumprimento. Se Deus pergunta ao rico: O que
fizestes da fortuna que deveria ser, em tuas mãos, uma fonte perene de
fecundidade em seu redor? Igualmente perguntará àquele que possui alguma
autoridade: Que uso fizeste dessa autoridade? Que males impediste? Que
progressos impulsionastes? Se te dei subordinados, não foi para torná-los
escravos de tua vontade, nem instrumentos dóceis para teus caprichos e da tua
cupidez.
Eu te fiz forte e te confiei os fracos, para sustentá-los e ajudá-los
a subir até mim. O superior que guardou as palavras do Cristo não despreza
nenhum dos seus subordinados, porque sabe que as diferenças sociais não
subsistem diante de Deus. O Espiritismo lhe ensina que, se eles hoje lhe
obedecem, já podem tê-lo dirigido, ou poderão dirigi-lo mais tarde, e que então
será tratado como os tratou. Se o superior tem deveres a cumprir, o inferior
também os tem por sua vez, e não são menos sagrados. Se este último for
espírita, a sua consciência lhe dirá, ainda mais fortemente, que não está
dispensado de cumpri-los, - 243 - Capítulo XVII mesmo que o seu chefe não
cumpra os dele, pois sabe que não se deve pagar o mal com o mal, e que as
faltas de uns não autorizam as faltas dos outros. Se ele sofre com a sua
posição, dirá que sem dúvida o mereceu, pois ele mesmo, talvez tenha abusado
outrora da sua autoridade, e deve sentir, por sua vez, os inconvenientes que
fez os outros sofrerem. Se ele for obrigado a suportar essa posição, por falta
de outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se a isso, como uma prova
para a sua humildade, necessária ao seu progresso. Sua crença o guia em sua
conduta: ele age como gostaria que seus subordinados agissem com ele, caso
fosse o chefe. Por isso mesmo, é mais escrupuloso no cumprimento de suas
obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe foi
confiado será um prejuízo para aquele que o remunera, e a quem deve o seu tempo
e as suas preocupações. Em suma, ele é guiado pelo sentimento do dever que a
sua fé lhe inspira, e a certeza de que todo desvio do caminho reto será uma
dívida, que deverá pagar cedo ou tarde.
François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot – Paris,
1863
Trabalho retirado do Evangelho Segundo o Espiritismo (
Allan Kardec) Tradução de Salvador Gentile.
Irineo de Paula Waismann
Loja Maçônica Alpha e Ômega 3.402
Uberlândia - MG
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