segunda-feira, 22 de julho de 2019

TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO IRINEO DE PAULA WAISMANN



Dia 02 de Julho, o Irmão Irineo de Paula Waismann apresentou o trabalho abaixo :


IRMÃO IRINEO DE PAULA WAISMANN





SUPERIORES E INFERIORES





9. A autoridade, assim como a fortuna, é uma delegação, de que se pedirá contas a quem dela foi investido. Não creiais que ela seja dada para vos proporcionar o fútil prazer de mandar, tampouco, segundo acredita falsamente a maior parte dos poderosos da Terra, como um direito ou uma propriedade. Deus, entretanto, tem demonstrado suficientemente que ela não é uma coisa nem outra, já que Ele a retira quando bem lhe apraz. 

Se fosse um privilégio inerente à pessoa que a exerce, seria inalienável. 
Ninguém pode, então, dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem o seu consentimento. Deus dá a autoridade a título de missão ou de prova, conforme lhe convém, e a retira do mesmo modo. Quem quer que seja depositário da autoridade, independente da extensão que esta seja, desde o senhor sobre o seu escravo até a do soberano sobre o povo, não deve esquecer-se de que é um encarregado de almas, e responderá pela boa ou má orientação que der aos seus subordinados, bem como as faltas que estes poderão cometer, os vícios aos quais serão arrastados, em consequência dessa orientação ou de maus exemplos recebidos. Da mesma maneira, recolherá os frutos da sua solicitude, por conduzi-los ao bem. Todo homem, na Terra, tem uma missão – pequena ou grande. Qualquer que seja, sempre lhe é dada para o bem. Desviá-la, pois, no seu sentido, é fracassar no seu cumprimento. Se Deus pergunta ao rico: O que fizestes da fortuna que deveria ser, em tuas mãos, uma fonte perene de fecundidade em seu redor? Igualmente perguntará àquele que possui alguma autoridade: Que uso fizeste dessa autoridade? Que males impediste? Que progressos impulsionastes? Se te dei subordinados, não foi para torná-los escravos de tua vontade, nem instrumentos dóceis para teus caprichos e da tua cupidez.
Eu te fiz forte e te confiei os fracos, para sustentá-los e ajudá-los a subir até mim. O superior que guardou as palavras do Cristo não despreza nenhum dos seus subordinados, porque sabe que as diferenças sociais não subsistem diante de Deus. O Espiritismo lhe ensina que, se eles hoje lhe obedecem, já podem tê-lo dirigido, ou poderão dirigi-lo mais tarde, e que então será tratado como os tratou. Se o superior tem deveres a cumprir, o inferior também os tem por sua vez, e não são menos sagrados. Se este último for espírita, a sua consciência lhe dirá, ainda mais fortemente, que não está dispensado de cumpri-los, - 243 - Capítulo XVII mesmo que o seu chefe não cumpra os dele, pois sabe que não se deve pagar o mal com o mal, e que as faltas de uns não autorizam as faltas dos outros. Se ele sofre com a sua posição, dirá que sem dúvida o mereceu, pois ele mesmo, talvez tenha abusado outrora da sua autoridade, e deve sentir, por sua vez, os inconvenientes que fez os outros sofrerem. Se ele for obrigado a suportar essa posição, por falta de outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se a isso, como uma prova para a sua humildade, necessária ao seu progresso. Sua crença o guia em sua conduta: ele age como gostaria que seus subordinados agissem com ele, caso fosse o chefe. Por isso mesmo, é mais escrupuloso no cumprimento de suas obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe foi confiado será um prejuízo para aquele que o remunera, e a quem deve o seu tempo e as suas preocupações. Em suma, ele é guiado pelo sentimento do dever que a sua fé lhe inspira, e a certeza de que todo desvio do caminho reto será uma dívida, que deverá pagar cedo ou tarde.

François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot – Paris, 1863
Trabalho retirado do Evangelho Segundo o Espiritismo ( Allan Kardec) Tradução de Salvador Gentile.


Irineo de Paula Waismann
Loja Maçônica Alpha e Ômega  3.402
Uberlândia - MG


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