quinta-feira, 29 de maio de 2025

TRABALHO APRESENTADO EM LOJA - O MEDO

 Dia 27 de Maio de 2025 durante Sessão Ordinária na Loja Maçônica Alpha e Ômega, o Irmão Otanes Barcelos Oliveira Neto apresentou a palestra abaixo no Tempo de Instrução  para apreciação  dos presentes : 

O MEDO 


Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.   Salmos 23:4


Certa vez o filósofo Sêneca disse a seguinte frase, “ A ignorância é a causa do medo “.




Com base nesta frase meus irmãos, vamos decifrar a mensagem que ele nos expõe. 

Então se a ignorância causa o medo, o que exatamente é a ignorância? 

O dicionário nos fala que ignorância é: 




1 - Estado de quem não tem conhecimento, cultura, por falta de estudo, experiência ou prática.

2 - Estado de quem não está a par da existência ou ocorrência de algo.

Mas então, toda ignorância causa medo? Na verdade, não. 

Existem dois tipos de ignorância, uma fala no sentido do desconhecimento ( negar a verdade / desconhecido ) e outra no sentido de postergar. O primeiro caso é o que Sêneca aborda, que as vezes nós, por não conhecer temos medo. Enquanto no segundo caso se remete ao momentos em que nós deixamos pra depois / pra lá. Como exemplo podemos citar: 

“ Eu ignoro a hora em que vou dormir, mas nem por isso sinto medo. “

“ Eu ignoro o que vou comer mais tarde, no entanto não sinto medo. “ 

Entretanto meus irmãos Sêneca é categórico ao afirmar que todo medo necessariamente é causado por uma ignorância, entendamos então sobre o afeto do medo: 

O medo é uma sensação ruim de sentir, uma queda de potência, essa sensação resulta dos possíveis mundos que você conjectura na sua mente, o que você acha que pode acontecer em virtude da sua ignorância sobre o assunto subsequente. Como por exemplo: 

Quero ir pescar amanhã, entretanto tenho medo que chova!

Medo de ser demitido em virtude de uma nova reestruturação na empresa. 

Medo do futuro de um ente querido que está internado em estado grave na UTI. 

De fato, se houvesse certeza, se houvesse conhecimento sobre o assunto, não sentiríamos medo e se a tragédia que nos aflige se concretizasse o medo daria lugar a tristeza ou ao afeto mais adequado a situação. 

A ideia central é que o medo é muitas vezes é um reflexo da nossa incapacidade de entender ou lidar com situações desconhecidas ou incertas. Quando não sabemos o que esperar ou o que está a acontecer, então se isso se traduz como medo, o que podemos fazer para combatê-lo, diminui-lo ou elimina-lo?  

Ao reconhecer que a ignorância alimenta o medo, Sêneca nos convida a buscar conhecimento e compreensão para enfrentar os desafios da vida com mais coragem e menos apreensão. 

Então meus irmãos para diminuir qualquer efeito, é preciso reduzir sua causa. Sobretudo uma causa como essa, tão necessária.

Desse modo, se o medo é efeito de conjecturas desagradáveis e incertas, cabe-nos combatê-las. Reduzir a imaginação de cenários existenciais pérfidos, a cogitação a respeito de situações de vida entristecedoras, em suma, tudo que poderia vir a aborrecer caso se tornasse real para além do pensamento.

 Muitos desses pensamentos, imaginações e suposições que causam medo não resultam de uma manifestação de vontade. Não são deliberados. Eu não decido, a partir de um certo instante, ficar pensando no que me angustia. São conteúdos de consciência que se impõem. Quando eu me dou conta, já estou com aquilo na cabeça.

É claro que não temos o controle absoluto de nada e, portanto, não temos o controle absoluto da nossa mente. Estou de acordo com você. Muita coisa ruim surge na nossa cabeça sem que tenhamos em absoluto decidido sobre isso.

Ainda assim, resta-nos alguma iniciativa possível para reduzir essa afetação tão negativa. Por exemplo, não contribuir com a sua duração.

Para deixar de pensar em alguma coisa que atormenta, o mais eficaz é colocar outra no lugar. Não pensar simplesmente, tirar da cabeça sem mais, é tarefa para especialistas em meditação. No nosso caso, despreparados para zelar pela mente, resta substituir.




Assim, ao ocupar a mente com uma certa atividade, a intervenção de alguma outra coisa que lhe é alheia fica dificultada. Talvez por isso Montaigne dizia que procurava não deixar o espírito desocupado. Porque quando isso acontecia, acabava por elucubrar desagrados.

E caso a cogitação que amedronta seja renhida, agarrada ao espírito como a lepra à pele, a atividade mobilizada para enxotá-la de lá deve ser de igual ou maior monta de interesse. Se você está na sala de espera de um hospital sem notícias de um amado que se acidentou, não será uma simples lista de equações do segundo grau que te protegerá do temor. 

Entendemos então meus irmãos que ante ao medo não podemos nos deixar vencer pela incerteza e os temores que ele nos trás, e sim procurar conhecimento para combater o que nos é possível e o que não for do nosso alcance resolver que possamos ter o entendimento que não temos o controle de tudo na vida e que sempre podemos rogar ao Supremo Arquiteto Do Universo para que acalme nosso coração e nossas mentes ante as adversidades que não temos a potência necessária para solucionar. 


Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa.   Isaías 41:10

Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar".   Josué 1:9


Ir.'. Otanes 

Imagens da Internet 

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