Durante Sessão do dia 23 de Setembro de 2025, na Loja Maçônica Alpha e Ômega do Oriente de Uberlândia MG, o Irmão Otanes Barcelos Oliveira Neto apresentou o texto abaixo em homenagem à Independência do Brasil e o papel da Maçoraria nesse ato que marcou nosso País.
Laços fora soldados!
Em 7 de setembro de 1822, as margens do rio Ipiranga em São Paulo, o então príncipe regente do Brasil D. Pedro I dá o grito de liberdade “Laços fora, soldados!
Pelo meu sangue, pela minha honra, juro fazer a liberdade do Brasil. Independência ou morte!” que tiraria o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves dos portugueses e iniciaria o processo de instauração do Império do Brasil, unificando todas as terras da antiga colônia do Brasil em um império brasileiro comandando por D. Pedro I nos primeiros momentos de sua criação.
Os fatos narrados a cima contam um pouco da grande, turbulenta e complexa história de independência do Brasil onde a maçonaria teve participação e papel fundamental de auxilio durante todo o processo.
Com destacados Irmãos como o então primeiro Imperador do império do Brasil Sereníssimo Grão-Mestre D. Pedro I, José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira, Marquês de Maricá, Hipólito da Costa entre inúmeros outros irmãos que utilizavam as lojas maçônicas como ambientes de articulação intelectual e política.
As lojas maçônicas reuniam homens influentes da época e serviam como ambiente de debate sobre liberdade, soberania e formas de governo. Lembrando que a maçonaria chegou ao Brasil ainda no período colonial, no final do século XVIII, com a influência de ideias iluministas vindas da Europa.
Essas ideias valorizavam liberdade, igualdade, fraternidade e os direitos do homem – princípios que dialogavam diretamente com as aspirações de independência.Laços fora soldados!
Sendo assim antes mesmo de 1822, a maçonaria esteve associada a movimentos emancipacionistas, como a Inconfidência Mineira (1789): Inspirada por ideais iluministas e republicanos, defendia a independência de Minas Gerais em relação a Portugal.
Tiradentes, considerado mártir do movimento, foi associado à maçonaria pela defesa da liberdade. Conjuração Baiana (1798): Movimento popular influenciado por ideais de igualdade, liberdade e fraternidade – também princípios difundidos no seio maçônico. Esses movimentos fracassaram, mas contribuíram para amadurecer a ideia de uma nação livre.
A fundação do Grande Oriente do Brasil e a iniciação de Dom Pedro I na maçonaria foram ações que solidificaram o movimento pela separação de Portugal, com a própria maçonaria funcionando como uma espécie gabinete de transição que preparou o terreno para a formação do novo país.
As lojas maçônicas serviram como um centro de debate para a articulação de estratégias e a tomada de decisões cruciais para o movimento de separação.
A participação de maçons como José Bonifácio de Andrada e Joaquim Gonçalves Ledo foram decisivas. Ambos foram importantes articuladores do processo, sendo que Gonçalves Ledo organizou o movimento e José Bonifácio teve grande proximidade com a coroa.
José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, foi um dos principais articuladores da independência, sendo um defensor ferrenho da separação de Portugal. Ele manteve uma proximidade estratégica com a coroa e teve um papel fundamental em orientar D. Pedro I em suas decisões. Bonifácio também foi um maçom influente que ajudou a unir os intelectuais, políticos e militares em torno da causa da independência. Joaquim Gonçalves Ledo, que se destacou como organizador e articulador do movimento emancipacionista, sendo também maçom. Ele esteve diretamente envolvido na coordenação de ações que fortaleceram a causa da separação do Brasil em relação a Portugal.
Durante todo o processo de independência, as lojas maçônicas foram locais cruciais de debate sobre as futuras direções políticas do Brasil.
Nas lojas, discutia-se a soberania nacional, as estruturas de governo e o modelo político que seria adotado após a separação de Portugal.
Muitos maçons, com suas visões iluministas e republicanas, acreditavam na construção de um Brasil livre e independente, mas também com uma estrutura política mais moderna.
As decisões políticas tomadas nas lojas maçônicas eram, na maioria das vezes, alinhadas aos interesses das elites brasileiras, como a elite militar e a elite intelectual, que viam na independência a possibilidade de consolidar um novo Império, mais autônomo e com maiores liberdades em relação ao império Português.
A Maçonaria se apresentou como uma força coesa e articulada, sem a qual a independência do Brasil poderia ter demorado mais ou sequer ocorrido. Portanto, a Maçonaria não apenas forneceu as ideias que inspiraram a luta pela independência, mas também foi uma força ativa nos bastidores do poder, ajudando a consolidar um novo Brasil, independente e soberano.
Ir∴ Otanes Barcelos
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