CONJUNTO NATALINO
O final do ano está chegando e todos nos preparamos para
comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal.
No ano 336
a comemoração do Natal no dia 25 de dezembro já era
assinalada por um almanaque cristão para celebrar o nascimento de Cristo, o Sol
da Justiça .
Na Roma pagã, o dia 25 de dezembro era a data
instituída pelo Imperador Aureliano, no ano 274 D.C., para a festa dedicada ao
Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invencível - ou invicto), logo
a seguir ao solstício de inverno no hemisfério norte, que ocorre a 21 de
dezembro .
Os costumes ligados à celebração do Natal são
resultantes das influências da festa da Natividade de Cristo com as
comemorações pagãs - solares e agrícolas - do solstício de inverno. No mundo
Romano, as Saturnálias eram a ocasião para a confraternização, enfeitando-se as
casas com luzes, ramos verdes e pequenas árvores. Presentes eram também
oferecidos às crianças e aos pobres.
Aos costumes solsticiais, somaram-se os ritos Germânicos e
Celtas, quando as tribos Teutônicas invadiram a Gália, e a Bretanha.
As árvores, como símbolos da sobrevivência da
natureza, datam do sec. VIII, quando São Bonifácio cristianizou a Germânia, e a
árvore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin. A partir do sec. XIX, as
comemorações natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e
mais comerciais. Atualmente o Natal, cujo patrono é São Nicolau - o Papai Noel
- é a festa da família e das crianças.
Todos encaramos o Natal como a época do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens. Sem dúvida que isto é correto. Mas o Natal é muito mais do que isso.
Basta lembrar que os deveres do Maçom para com o
próximo incluem o socorro aos necessitados. Devemos também lembrar que todo o
socorro negado aos necessitados é um perjúrio para o Maçom.
Assim, esta é a ocasião apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveríamos ter feito durante todo o ano. Mais importante ainda, este é o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima. E isto não só individualmente, mas também como Instituição que se proclama Filantrópica, Filosófica, Educativa e Progressista.
Assim, esta é a ocasião apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveríamos ter feito durante todo o ano. Mais importante ainda, este é o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima. E isto não só individualmente, mas também como Instituição que se proclama Filantrópica, Filosófica, Educativa e Progressista.
Esta assistência aos necessitados não pode ser
restrita ao mínimo necessário que lhes assegure a sobrevivência. Ela deve ser
estendida à saúde, à educação profissional, à moradia.
Nenhuma instituição se pode proclamar Iniciática se
não lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca, isto é, do Homem. Para
nós, o homem que vem em primeiro lugar é o Homem-Maçom. Para tal, nossa Ordem
deve fundar e manter Hospitais, Asilos, Creches e Escolas.
Lamentavelmente, constatamos que, a não ser algumas
poucas entidades beneficentes patrocinadas pela Maçonaria em Goiânia, em
Uberaba, no Rio de Janeiro, em Campina Grande , em Belo Horizonte e em São Luiz do Maranhão,
elas praticamente não existem, em um país tão vasto e com tanta injustiça
social como o nosso.
É claro que, a nível individual, todos podemos - e devemos
- ser solidários com qualquer ser humano. No entanto, como Instituição, a
Filantropia maçônica deve ser dirigida principalmente aos Irmãos e às suas
famílias. Para tal, existe o Tronco da Viúva.
Não podemos esquecer que em seus primórdios a
Maçonaria era essencialmente uma corporação de auto-ajuda. Na Idade Média,
quando a Europa era assolada por guerras, pela peste e pela falta de trabalho,
já em 1459 os artigos 25,26,27 e 43 dos Estatutos de Ratisbonaestipulavam
a criação pela Confraria dos Artesãos - a Ordem dos Canteiros - de
um Tronco cujo produto era destinado ao amparo, em caso de doenças
e de desemprego. A Grande Loja de Londres já em 1725 instituía a criação
do Fundo Caritas, para auxílio aos Irmãos e suas famílias.
Sabemos que, na grande maioria de nossas Lojas, o
produto do Tronco de Beneficência é irrisório e para pouco dá, em termos de
beneficência. Nossa Ordem é constituída essencialmente por Irmãos da classe
média, sempre sacrificada nos países pobres. Por isso mesmo, é quase sempre
muito pequeno o donativo da maioria dos Irmãos. Alguns há que, em dificuldades
financeiras, nada colocam no Tronco.
A grande questão é saber como resolver o problema.
Por exemplo, na Loja Jean Sibelius, todos os Irmãos do quadro doam no mínimo o
valor de R$ 5,00 para o Tronco. Se o Irmão não levar dinheiro nem cheque para a
reunião, assina uma autorização para o Irmão Tesoureiro debitar este valor em
sua conta corrente. É claro que a norma só válida para os Irmãos do Quadro.
Para os visitantes, permanece o antigo costume. Conforme informa o Irmão
Xico Trolha, esta Loja só ajuda os Irmãos e/ou os seus familiares.
A Caridade ou Filantropia, é uma das virtudes
teologais e sua prática é fundamental ao aperfeiçoamento moral e espiritual do
Maçom. Por isso mesmo, a ela estão obrigados todos os membros de nossa
Instituição. A Caridade coloca o ser humano acima das diferenças étnicas,
sociais ou políticas.
Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou rituais para
melhor instruir e ajudar os Irmãos a converter em virtudes os defeitos e as
falhas de caráter que são inerentes ao ser humano desde o seu nascimento.
No entanto, seres humanos que somos, muitas vezes
fazemos o oposto dos ensinamentos recebidos. Em conseqüência disto, não
existe um só de nós que não lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo
que fez ou que deixou de fazer. Sobre isso, todos precisamos meditar seriamente.
O Natal é o momento adequado para analisar a nossa situação em relação aos compromissos assumidos perante a Ordem e perante o Grande Arquiteto do Universo. Este é o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maçônica exige de nós. As conclusões a que chegarmos poderão ser decisivas em relação à nossa futura conduta.
O Natal é o momento adequado para analisar a nossa situação em relação aos compromissos assumidos perante a Ordem e perante o Grande Arquiteto do Universo. Este é o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maçônica exige de nós. As conclusões a que chegarmos poderão ser decisivas em relação à nossa futura conduta.
Durante os dias que faltam para o Natal, vamos também
analisar se é correto que as nossas ações filantrópicas fiquem restritas a esta
época maravilhosa ou se devemos pautar nossa vida pela prática contínua de tudo
o que nos ensinam os nossos Rituais. Acima de tudo, lembremos que o verdadeiro
trabalho maçônico é aquele realizado em prol da humanidade.
Esta é a única via pela qual poderemos materializar
nossos propósitos de aperfeiçoamento espiritual.
Então, e só então, poderemos comemorar o Natal, felizes e
com alegria, junto a nossos entes queridos, não esquecendo de dedicar algum
tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneração ao Menino Jesus.
Que Deus, o Supremo Arquiteto do Universo, esteja
presente em todos os lares, nos ilumine e nos abençôe.
Tenham
todos um Bom, Santo e Feliz Natal.
Antonio Rocha Fadista
www.pedreiroslivres.com.br
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