terça-feira, 12 de novembro de 2013

AMBIÇÃO E VAIDADE



A ambição e a vaidade são as maiores doenças da alma. A humanidade, ainda repleta de desencontros, está presa às materialidades que enaltecem o orgulho e o egoísmo, dois sentimentos que alimentam a ambição desmedida que algumas pessoas têm pelo poder o por tudo aquilo que elas pensam que este pode lhes oferecer. 

Há pessoas que não conseguem ficar afastadas daquilo que acham ser uma fonte de poder, ou seja, precisam estar sempre em evidência diante dos demais. Se exibem e fazem de tudo para enaltecerem os seus “feitos”, colocando tudo na primeira pessoa do singular – só sabem dizer: eu fiz, eu lancei, eu determinei eu mandei... Gostam também: do meu isso e do meu aquilo, de expressões sorridentes e de palavras fartas de falsa modéstia.  É assim, por exemplo, no meio político.

Thomas Hobbes - filósofo, matemático e político inglês (1588 - 1679), definindo a natureza humana disse que "o homem é o lobo do homem“. Na sua avaliação os homens são perfeitamente iguais, desejam as mesmas coisas e têm as mesmas necessidades: o mesmo instinto de auto-preservação. Por isso estariam em permanente conflito. Para ele “o estado de guerra” nada mais é do que uma questão natural das coisas. Ou seja, as “guerras” existem porque as pessoas querem sempre as mesmas coisas. Ao que parece tudo permanece inalterado nos dias atuais – só mudamos “as nossas armas”.

Mas será que em pleno século XXI, ainda mais pensando em uma organização como a Maçonaria, as pessoas, sem exceções, não deveriam despir-se da ambição e das vaidades ignóbeis, centrando os seus esforços no bem coletivo? Claro que sim, mas, para tal os Maçons precisam compreender“O Caminhar Maçônico” como um processo de Educação Interior na busca do domínio de si mesmo, caso contrário cairão no exemplo supramencionado e, às vezes acontece, quando assistimos alguns Irmãos apegados aos “altos postos” que ocupam ou que um dia ocuparam, seja no seio social ou no seio maçônico, sempre agarrados à ambição e à vaidade de serem sempre o centro das atenções. O Maçom não pode ser o lobo do homem e muito menos o lobo do seu próprio Irmão de OrdemNesse sentido é necessário que haja sempre de forma sincera, leal e solidária com todo aquele que o cerca.

Maçonaria em sua essência é trabalho e dedicação ao bem estar coletivo – aquele que se apega às materialidades de um cargo ou de sua representação física deve lembrar-se de que a Maior Insígnia de um Iniciado é o seu Av.’. de Ap.’. M.’. e, quem não pensa e não age assim em verdade nunca conseguirá ser um Maçom. Por isso é que vez ou outra deve retornar na linha do tempo, buscando no fundo de seu íntimo esse sublime e notável Emblema, mas não somente isso, que também saiba do significado e da nobreza de por vezes começar tudo de novo.

Essa Essência Maçônica não condiz com apegos materiais e, muito menos com o personalismo de alguns Irmãos que só reconhecem como legítimos os seus próprios pontos de vistas. Não perceberam ainda que a grande força de nossa instituição está exatamente na diversidade do pensamento de homens de todas as profissões e artes. Não se tocaram ainda que tudo acontece a partir do esforço coletivo – ninguém faz nada sozinho.   

Enfim,

O que faz com que um Homem Iniciado seja verdadeiramente um Maçom e com certeza uma pessoa melhor são as suas atitudes. Eis que os cargos, os paramentos, as medalhas e as honrarias não significam nada diante de exemplos práticos de trabalho e de Humildade. Talvez seja por isso que, de uma forma muito especial, devemos nos identificar com aqueles que atuam sem alardes, pois são eles que de fato Fazem o que precisa ser feito.

Um Tríplice e Fraternal Abraço,

Leonel Ricardo de Andrade
Grão-Mestre GLMMG


"O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes."(Cora Coralina)

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns. Infelizmente ainda com relativa frequência, vemos essas situações.
AAMC