terça-feira, 22 de abril de 2014

A MENTIRA



TRABALHO APRESENTADO PELO IRMÃO  JULIO CESAR DIA 01 DE ABRIL DE 2014 

NA LOJA MAÇÔNICA ALPHA E ÔMEGA


A mentira é tão frequentemente utilizada que o seu sentido ultimamente
parece tender a ser banalizado. Segundo as estatísticas (citadas por Roque
Theophilo), mentimos cerca de 200 vezes por dia e em média uma vez por
cada 5 minutos. Começando pelos falsos elogios - p.ex, essa saia fica-te
mesmo bem -, passando pelas desculpas "esfarrapadas" - p.ex., não pude
fazer os trabalhos de casa porque faltou a luz - ou pelas mentiras descaradas,
chegam mesmo existir casos em que os pais, que parecem tão preocupados
quando os filhos mentem, os incitam a mentir - p.ex. quando Ihes pedem para
dizer que eles não estão em casa.


A mentira pode surgir por várias razões: receio das consequências
(quando tememos que a verdade traga consequência negativas), insegurança
ou baixa de auto-estima (quando pretendemos fazer passar uma imagem de
nós próprios melhor do que a que verdadeiramente acreditamos), por razões
externas (quando o exterior nos pressiona ou por motivos de autoridade
superior ou por co-ação), por ganhos e regalias (de acordo com a tragédia dos
comuns, se mentir trás ganhos vale a pena mentir já que ficamos em vantagem
em relação aos que dizem a verdade) ou por razões patológicas.

 Na infância
mentimos para nos isentarmos das culpas. Muitas vezes os adolescentes
descobrem que a mentira pode ser aceitas em certas ocasiões e até ilibá-Ios de
responsabilidade e ajudar a sua aceitação pelos colegas. Algumas crianças e
adolescentes que geralmente agem de forma responsável, podem cair no vício
de mentir repetidamente ao descobrir que as suas mentiras saciam a
curiosidade dos pais.
Para alguns investigadores, as crianças aprendem a necessidade de
mentir (p.ex. não demonstrar descontentamento com as prendas recebidas sob
pena de não receberem mais) tão cedo quão mais inteligentes forem. Face à
sua frequência, existe uma certa tendência para banalizar ou até catalogar a
mentira como positiva - a "mentira branca" é considerada como uma forma de
facilitar a integração na sociedade, e muitas vezes os que não a utilizam são
catalogados como in~nuos -, mas há que não esquecer que durante toda a
história da humanidade a mentira causou muitos sofrimentos e fez derramar
muitas lágrimas sobretudo quando projetada sob a forma de calúnia. Quando
as crianças ou adolescentes mentem, os pais devem conseguir distinguir entre
a realidade e a mentira e falar abertamente com eles sobre os aspectos
pejorativo da mentira, e as vantagens que a verdade Ihes trará. Em casa a
criança deverá encontrar exemplos de verdade e honestidade que fomentem a
sua atitude de sinceridade. Durante os primeiros anos as crianças não
distinguem a realidade da fantasia, mas cedo começam a utilizar a mentira por
proveito próprio. Sensivelmente por volta dos 7 anos as crianças já têm
capacidade para distinguir claramente o verdadeiro do falso, e os adolescentes
passam a conseguir discernir com relativa facilidade quem está a mentir ou a
ser sincero.
A mentira existe ao longo de toda a escala patológica. A saúde mental
só é compatível com a verdade. De nada serve querer acreditar que o nosso
familiar não faleceu quando na realidade isso não é a verdade, de nada serve
acreditarmos que somos capazes voar se na realidade não temos asas. Nos
estados neuróticos, a mentira pode surgir com base numa incapacidade da
consciência aceder a fatos recalcados e que se encontram no nosso
inconsciente, ou por problemas de auto-estima e auto-imagem que despoletam
a necessidade de fazer passar uma auto-imagem melhor do que a que
acreditamos ter. Nos estados limite, a mentira aparece frequentemente devido
à falta de barreiras externas que balizem o comportamento. Esta situação
surge frequentemente em filhos de pais muito repressivos ou demasiadamente
permissivos. Nas psicoses, a mentira surge na forma de delírio, uma descrição
que as próprias pessoas admitem como verdadeira, apesar do seu aspecto
frequentemente bizarro, devido a uma quebra de contato com a realidade
A mentira pode ainda surgir como uma dependência, quando dita de
uma forma compulsiva. 

Os dependentes da mentira sabem que estão a mentir
mas não se conseguem controlar, num processo que surge de uma forma
muito semelhante ao do vício do jogo ou à dependência de álcool ou de
drogas. Esta incapacidade em controlar os impulsos é causadora de um
sofrimento nítido razão pela qual deve ser alvo de tratamento. Nos
dependentes da mentira, o primeiro passo a dar consiste em assumir que
existe um problema e de seguida procurar ajuda para esse mesmo problema. A
nível da abordagem terapêutica o tratamento passa geralmente pela realização
de uma terapia psicológica. Ao nível das provas psicológicas a mentira pode
obviamente influenciar a validade dos resultados ou pela tendência do sujeito
em simular um desempenho superior (faking good) ou inferior (faking bad) ao
da realidade. Por estas razões grande parte das provas psicológicas
apresentam formas de controlar a veracidade das respostas quer a partir da
própria atitude do sujeito a analisar quer mesmo através de índices de
consistência interna, teste-reteste ou confrontação com familiares e amigos
próximos. Entre estas formas de dissimulação revela-se frequentemente
também averiguar até que ponto as simulações surge de forma consciente ou
inconsciente relativamente ao sujeito.


Bibliografia: Internet Livro de Psicologia e Psiquiatria Aplicada ao ser
Humano.


Imagens : Arquivo da Loja e Internet 
Colaboração do Irmão Secretário Weliton Vitória de Lima

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