Dia 02 de Dezembro de 2025, durante a ultima Sessão Ordinária do Ano, o Irmão Aldo Borges de Freitas, nos apresentou uma excelente peça, que reproduzimos abaixo para nossa reflexão:
TEMA LIVRE
Meus Irmãos,
Final de ano chegando mais uma vez.
Época de juntar os trapos e ver o que sobrou de bom ou de ruim nas vidas das pessoas, nas vidas das nações e na vida do mundo.
Mais um ano de vivências e experiências, que podem não ter trazido aquilo que correspondia às nossas expectativas, mas que certamente, agregaram novos conhecimentos e aprendizados, que são justamente alguns dos papeis que a vida nos proporciona, e que fazem parte das grandes razões pelas quais estamos aqui nesse planeta terra.
Se fossemos encerrar o ano com um balanço de atividades a gente deveria estar aqui fazendo uma retrospectiva do que produzimos de bom ou não, individualmente ou coletivamente enquanto Loja.
Mas, nessa nossa última reunião do ano, resolvo dividir com os Irmãos, a constatação de uma realidade que nos envolve a todos, e impacta na vida pessoal de cada um de nós e na vida da Loja consequentemente.
Trata-se dos desafios que temos pela frente diante do mundo globalizado em que já estamos vivendo há algum tempo, e que tende a evoluir no próximo ano com os embates geopolíticos em busca de recursos, cada vez mais escassos.
Sem querer criar um choque alarmista, já que todos somos informados diariamente sobre isso, e já vivendo esta realidade, o que queremos trazer para nossas reflexões é um ingrediente que só atrapalha ainda mais a vidas das pessoas diante desse cenário, que é o INDIVIDUALISMO.
Nesse mundo, o individualismo estará completamente anulado, prevalecendo as instituições corporativas como a nossa, mesmo que as corporações também sofram com as grandes mudanças.
Portanto a valorização do coletivo sobre o indivíduo passa a ser a principal força motriz das relações, afetando diretamente a liberdade de ação e escolha das pessoas.
Essa transição pode ser vista como uma resposta às transformações globais, como crises ambientais, avanços tecnológicos e mudanças culturais, que exigem cooperação e soluções conjuntas.
Essa liberdade de ação e escolha do indivíduo, ficará tanto mais prejudicada na pessoa excessivamente individualista, e que não aprendeu ainda a vencer suas paixões e submeter a sua vontade.
Na maçonaria, temos a oportunidade de viver e aprender uns com os outros, colecionando algumas conquistas e às vezes alguns dissabores, mas que fazem parte da construção do nosso caminho.
Todos estamos submetidos a alguma coisa, ou a algum contratempo quando vivemos em grupo e limitados por normas e regulamentos.
Mas cabe aqui recordar os ensinamentos do nosso Mestre Maior, quando nos diz: “Vinde a mim, vós que estais cansados e desanimados porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”
Uso aqui essa figura do evangelho, para considerar que o jugo maçônico, ao qual estamos submetidos, é sutil e leve diante das asperezas do mundo profano.
Há também uma frase atribuída a Carl Jung e que se encontra nas páginas de rodapé dos formulários do Centro Comunitário Alfa e Ômega, que nos mostra a importância da nossa convivência fraterna em loja e que diz assim: “Só se encontra um caminho quando a gente abre espaço para o outro caminhar junto. O motivo central da vida é o encontro com o próximo”
Por esse motivo é que o convite que fazemos nesse final de ano, é que os irmãos invistam cada vez mais em sua Loja, sem nenhuma preocupação de tirar dela qualquer proveito material, porque a recompensa que a maçonaria oferece aos seus afiliados é de caráter moral e espiritual, ainda que, de forma complementar, preste auxílios aos seus membros quando se encontrem em dificuldades reais, sejam elas financeiras ou de caráter social, na convivência diária, em família, no trabalho e nas relações em geral, onde o mundo profano está cheio de armadilhas.
Dito isso, vamos considerar que o mundo sempre apresentou seus problemas e suas soluções. E como sempre acontece, no final de cada ano, ficam as resenhas de grupos e as retrospectivas que alimentam a imprensa.
Por isso peço licença aos irmãos para fazer uma retrospectiva sobre o assunto, mas com três considerações principais: em primeiro lugar retrocedendo ao ano de 2005, (ano em que fiz essas anotações), em segundo lugar, porque esses assuntos (permanecem atuais e de maneira mais acirrada) e em terceiro lugar, (fazendo isso em forma de poesia) porque a poesia tende a abrandar os fatos.
Falava-se nessa época em buraco de ozônio, adoecimento das aves e do gado pelo exagerado confinamento, justificado pela necessidade de alimentar a população que só aumentava.
Discutia-se sobre a preservação da mulher e do uso da camisinha para evitar o HIV, enquanto nas assembleias e nos meios políticos, aumentava a corrupção como nunca se tinha visto antes, principalmente por estar esta corrupção sendo exposta agora, pela eficiência e melhoria dos meios de comunicação.
Mas o que vinha criando maior comoção era o avanço desenfreado do terrorismo que antes já havia feito seus ataques às Torres Gêmeas em 11/09/2001e que culminou com os ataques suicidas realizados por extremistas islâmicos no metrô de Londres e em plena hora do Rush, isso em 7 de Julho de 2005.
E eu registrei alguns desses fatos em forma de um poema ao qual dei o nome de RETROSPECTIVA.
RETROSPECTIVA
Aldo-2005
Olho para a camada...
BURACO.
O desequilíbrio da natureza...
FATO.
Olho pro azul do céu...
OZÔNIO.
A gorda ave na granja...
HORMÔNIO.
Olho a vaquinha mimosa...
AFTOSA.
O horror na assembleia...
UNÂNIME.
Olho pro azul do mar...
TSUNÂMI.
A prevenção feminina...
CONDON.
Olho para o metrô...
LONDON.
...e a vida segue, alegre e célere,
Num eterno faz de conta!
Meus Irmãos, o que procuramos refletir aqui, é que, na atualidade, estamos cada vez mais, vivendo em uma condição humana exageradamente apressada, onde um problema sucede ao outro, numa rapidez tal que não nos dá tempo de assimilar nenhum nem outro, e assim, tentarmos racionalizar uma solução para alguma coisa.
Somos todos levados por essa onda da pressa, e com isso, vamos desenvolvendo as chamadas doenças psicossomáticas, com aumento expressivo nos últimos anos.
Mas existem algumas pressas que são criadas por nós mesmos. A correria não é apenas resultado das circunstâncias, mas de expectativas internas.
Criamos metas rígidas, assumimos responsabilidades que não nos cabem e deixamos de respeitar os nossos próprios limites. A pressa, nesse caso, torna-se uma construção pessoal - que é alimentada pela comparação com os outros e pela busca incessante por resultados imediatos.
Ao final, a vida segue, muitas vezes mascarada por alegrias passageiras e uma pressa que nos impede de encarar os fatos com mais profundidade, fazendo com que nossas atitudes e decisões acabem sendo um eterno faz de conta.
No mesmo dia em que escrevi essa RETROSPECTIVAS de PROBLEMAS, onde a gente pensava que esse mundo não tem mesmo saída, criei um outro poema com o qual vou encerrar este trabalho e a que dei o nome de PROSPECTIVAS.
Ali, tento criar um antídoto contra o estresse que a falta de perspectiva do mundo moderno cria no indivíduo, colocando um pouco de sonho e fantasia nos problemas do dia a dia.
PROSPECTIVAS
Aldo-2005
Vou de volta à cachoeira
Pois lá existe energia,
Onde grita a natureza
Mergulhada em água fria.
Vou buscar alternativas
Com laranjas, couve e mel.
Deixe a vaquinha no pasto
E deixe a ave no céu.
Vou de Caetano Veloso em sua música
“London London”.
Tsunami é só pro mal.
Na eleição pra assembleia
Vai passar um vendaval.
E a vida vai se arranjando
Mesmo diante da anarquia.
Quem não estiver aguentando
A pressão do dia a dia,
Dê um tempo pra si mesmo,
Corra pro Beto Carrero
Ou então pra Disneylândia,
E viva um pouco a fantasia.
Trabalho desenvolvido por Ir⸫ Aldo Borges
com o auxílio da IA-Copilot
Irmão Aldo Borges